domingo, 26 maio 2024

Estádio vazio desfalca caixa dos clubes

O retorno do Campeonato Paulista, a partir da próxima quarta (22), não será suficiente para que os grandes clubes do Estado tenham alívio na crise financeira que vivem, agravada pelos quatro meses de paralisação do futebol.

Faltam duas rodadas da fase de grupos, antes do início das quartas de final. A decisão está marcada para 8 de agosto.

Com a proibição de público nos estádios, na pandemia do novo coronavírus, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos deixarão de arrecadar milhões que poderiam obter com venda de ingressos na reta final da competição.

Nas edições de 2018 e 2019, os quatro chegaram às semifinais. Em 2017, apenas o Santos parou antes, nas quartas.

Campeão dos três últimos torneios, o Corinthians foi quem mais faturou nos jogos de mata-mata. Com a venda de 326.675 ingressos, arrecadou R$ 17,3 milhões – nove partidas como mandante na soma das edições de 2017, 2018 e 2019 (média de R$ 5,8 milhões por ano).

Somente no torneio do ano passado, o clube alvinegro recebeu R$ R$ 6,2 milhões de bilheteria: R$ 710 mil contra a Ferroviária (quartas de final), R$ 1,8 milhão contra o Santos (semifinal) e R$ 3,7 milhões na decisão do título diante do rival São Paulo, em sua arena.

O levantamento considera somente a arrecadação líquida, descrita no boletim financeiro da FPF (Federação Paulista de Futebol), com os descontos de impostos e taxas.

Em 2020, o torneio passou a ter jogo único nas quartas e semis. Apenas a final contará com ida e volta. É possível, porém, que o Corinthians nem possa lamentar a falta de arrecadação no mata-mata, já que suas chances de avançar a essa fase são pequenas.

Ainda assim, o clássico em Itaquera na quarta contra o rival alviverde também representará uma perda de oportunidade para arrecadação.

A bilheteria rendeu o mesmo valor para Palmeiras e São Paulo (R$ 9,8 milhões) na soma das últimas três participações das equipes no mata-mata estadual (sete partidas como mandante para cada).

O departamento financeiro do Palmeiras previa que, com a presença de torcedores no Allianz, o time conseguiria um lucro líquido de R$ 7,5 milhões em caso de ida à final.

“A venda de ingressos seria um dinheiro fundamental, ainda mais agora, em uma crise como essa”, afirma Elias Barquete Albarello, diretor executivo de finanças do São Paulo. “A única perspectiva de uma nova receita [fora contratos já firmados com patrocinadores e TV] hoje é a venda de jogadores”.

Derrotado pelo Corinthians na decisão do ano passado, o time tricolor obteve uma renda de R$ 5,2 milhões no primeiro jogo da final. Na ocasião, foram 58.713 entradas no Morumbi.

Dirigentes dos grandes paulistas estimam que o prejuízo possa chegar a R$ 150 milhões, contabilizando bilheterias perdidas também da Libertadores e do Brasileiro, premiações, patrocinadores e contratos de televisão.

A FPF também terá queda de rendimentos. Nos mata-matas das três últimas edições, a entidade embolsou R$ 3,2 milhões com a taxa de 5% sobre o faturamento bruto. E mais R$ 1,2 milhão com a cobrança do Fundo de Promoção e Desenvolvimento do Futebol – recolhe 2% da renda de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, quando mandantes, e 1% dos demais times.

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