terça-feira, 23 abril 2024

Final da Libertadores é adiada novamente pela Conmebol

Após remarcar a final da Libertadores para este domingo (25), às 18h, a Conmebol voltou a postergar a realização da partida. Não há ainda uma data definida para o confronto entre Boca Juniors e River Plate, segundo a confederação sul-americana.

Os dois rivais argentinos deveriam ter decidido a Libertadores no sábado (24), no Monumental de Nuñez, depois do jogo de ida ter encerrado em 2 a 2, na Bombonera. Um incidente fora do estádio, porém, alterou o roteiro planejado para o torneio.
Um ataque ao ônibus do Boca começou a confusão, que se agravou com a tentativa da polícia de conter o tumulto usando gás de pimenta. O gás afetou os atletas do Boca, que passaram mal na chegada ao Monumental. O clube pediu à Conmebol que a partida não fosse realizada.

No sábado, a entidade que organiza a Libertadores chegou a adiar o horário do jogo duas vezes, antes de remarcar a partida para este domingo (25). Depois de novo pedido do Boca, a entidade desistiu de realizar a partida. Uma reunião na sede da entidade, no Paraguai, na terça (27), foi marcada para definir quando a final será disputada.

Com a indefinição sobre o jogo e ressaca do caos de sábado, Buenos Aires amanheceu nervosa neste domingo, e um turista desavisado pensaria que se espera por aqui um ataque de um Exército inimigo.

Desde a madrugada, a polícia e a prefeitura começaram a cercar o estádio Monumental de Núñez com barreiras metálicas.
Desta vez, pelo menos uns cem metros mais longe de onde estavam no sábado (24), quando torcedores sem ingresso, muitos membros das chamadas barras-bravas, causaram distúrbios, empurraram e derrubaram barreiras e fizeram com que o ônibus com os jogadores do Boca Juniors praticamente entrasse numa emboscada, em que foi apedrejado, causando toda a novela do adiamento do jogo.

No local onde estavam concentrados, na manhã deste domingo, os torcedores do Boca, a bronca era enorme. Carolina Quiroga, 26, exibia um cartaz que dizia: “Renuncie, Angelici”, referindo-se ao presidente do Boca, que garantiu, apesar da firme negativa dos jogadores, que o time entraria em campo na tarde deste domingo (25).

“Como ele pode forçar a equipe a jogar, com o estado de nervos em que estão e com a falta de garantias de que não vão ser atacados durante e depois do jogo?”. O grito de “Fora, Angelici” logo virou coro.

“Queremos que o jogo não ocorra e que o Boca fique com os pontos. É o mais justo. A agressão ocorreu em território do River e o River tem de ser penalizado”, disse o aposentado Teodoro Muñoz, 69, que disse ter passado a noite ali “para dar ânimo aos jogadores”.

Do lado dos torcedores do River, que às 11h (meio-dia no Brasil) ainda não podiam entrar no estádio, também havia inquietação. “Por causa de um par de loucos, toda a torcida vai sofrer para entrar e sair do estádio”, disse Antonio Ruiz Costa, 42, que no sábado (24) veio com os dois filhos adolescentes, mas que no domingo voltou sozinho. “Como vou expor os dois meninos a isso? Eles viram ontem as placas caindo e a multidão correndo, com a polícia dando cacetadas. Não exponho mais minha família a uma cena dessas”.

Outras zonas da cidade mostravam que a partida paralisará Buenos Aires. Também o entorno do Obelisco, onde a prefeitura espera que os torcedores do time vencedor se encaminhem para comemorar, embora exista a recomendação de que a celebração seja no estádio do time vencedor, armou-se também um “corralito”, envolvendo várias ruas e avenidas.
Assim, sessões de teatro e cinema da região, famosa por essas atrações, foram canceladas. O trânsito, mesmo num domingo, era complicado no local.

Na noite de sábado, os torcedores e jornalistas tiveram que caminhar dezenas de quadras para sair do Monumental. O cenário ao longo da avenida Libertador era desolador, com garrafas quebradas, cheiro de bebida e urina, torcedores embriagados sentados pelas sarjetas e um reforço policial que chegou tarde demais tentando fazer com que saíssem dali. Os taxistas desistiram da região e, para pegar um ônibus, havia filas imensas. Metrô, impossível, pois estações da região foram fechadas.

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