Entre os quatro tenistas que dominaram o cenário do esporte nos últimos anos, não há um que tenha ficado imune a lesões complexas em temporadas recentes.
Joelho, quadril, cotovelo, abdômen, punho… A lista de partes do corpo afetadas em um esporte como o tênis, exigente com os membros inferiores e superiores, é extensa.
“O tênis é um esporte difícil para se programar porque os jogos não têm tempo para acabar. O excesso de repetições provoca desgaste e desequilíbrio corporal. Dizemos que é um esporte assimétrico, que entorta o corpo”, afirma Eduardo Faria, preparador físico do Brasil na Copa Davis.
Desde 2016, Roger Federer, 37, Rafael Nadal, 32, Novak Djokovic, 31, e Andy Murray, 31, os únicos que lideraram o ranking a partir de 2004, estiveram um período considerável fora das quadras. Dos últimos 12 Grand Slams, apenas 4 reuniram todos esses nomes.
Em 2016, o suíço, que passou a maior parte da carreira sem grandes problemas físicos, abriu mão da temporada após perder nas semifinais de Wimbledon. Federer optou por tirar o segundo semestre para se recuperar de cirurgia no joelho esquerdo feita meses antes. Deu certo, e no ano seguinte ele voltou a vencer dois títulos de Grand Slam.
Em 2017 foi a vez de Djokovic e Murray saírem de ação após Wimbledon. O sérvio com lesão no cotovelo direito, e o britânico, no quadril.
Neste ano, Nadal abandonou a semifinal do US Open contra Juan Martín Del Potro após sentir dor no joelho direito.
Quando essa parte do corpo deu trégua, no entanto, uma lesão no abdômen o impediu de voltar a jogar. O espanhol, então, aproveitou a pausa forçada para fazer uma cirurgia no tornozelo, que segundo sua equipe já estava prevista.
Também é emblemático o histórico do argentino Del Potro, quinto colocado do ranking, que já passou por quatro cirurgias nos punhos (três no esquerdo e uma no direito), a última delas em 2015. Em outubro, ele anunciou que não jogaria mais no ano após sofrer uma fratura no joelho.