O canadense Dick Pound, membro do COI (Comitê Olímpico Internacional), afirmou nesta segunda-feira (23) que a decisão de adiar a Olimpíada de Tóquio-2020 já foi tomada. “Com base nas informações que o COI tem, o adiamento foi decidido”, disse Pound, em entrevista ao USA TODAY.
“Os parâmetros a seguir não foram determinados, mas os Jogos não começarão em 24 de julho, isso eu sei. Vamos adiar e começar a lidar com todas as ramificações da mudança, que são imensas”, afirmou o canadense.
O Comitê Olimpico Internacional admitiu neste domingo (22) a possibilidade de adiamento do evento, estabelecendo o prazo de quatro semanas para que a entidade tome uma decisão.
No fim de 2019, a estimativa do custo da Olimpíada para o Japão girava em torno de US$ 26 bilhões (R$ 133 bilhões).
Entre as ramificações que Pound cita estão a renegociação de vários itens, como direitos de transmissão, contrato de patrocinadores e calendário das modalidades junto às federações internacionais.
Segundo informações da Associated Press, cerca de 73% da receita de US$ 5,7 bilhões do Comitê Olímpico Internacional nos quatro anos do ciclo olímpico tem origem nos direitos de exibição -a americana NBC seria responsável por 50% bolo- e 18% em contratos com seus patrocinadores.
No site dos Jogos de Tóquio-2020 estão listados mais de 70 apoiadores do evento, sendo que 14 deles também são os parceiros oficiais do COI: Coca-Cola, Airbnb, Alibaba, Atos, Bridgestone, Dow, General Electric, Intel, Omega, Panasonic, Procter & Gamble, Samsung, Toyota e Visa.
Nesta segunda (23), o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que adiar a Olimpíada pode ser inevitável.
A pressão de atletas e entidade pelo adiamento cresce a cada dia, tanto em quantidade quanto em peso de quem já se manifestou. Países como Canadá, Austrália e Noruega já disseram que não enviarão atletas para o evento, caso ele comece em julho.