Depois de surto de contusões no ano passado, time está sem desfalque e enfrenta hoje o Jorge Wilstermann
A sequência de três jogos sem nenhum desfalque por lesão trouxe alívio o São Paulo. Depois do surto de contusões no ano passado, o técnico Rogério Ceni tem tido o elenco completo para escolher o time ideal. Desde o início do ano, ele promove um rodízio de atletas, apontado pelas pessoas ouvidas pela reportagem como um dos motivos para a melhora na questão.
Agora, o time viaja para Cochabamba, na Bolívia, para enfrentar o Jorge Wilstermann, nesta quinta-feira (28), a partir das 19h15 (de Brasília) pela terceira rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana.
Ceni utilizou 33 jogadores nos 24 jogos que o clube tricolor paulista disputou até o momento na temporada. Apesar de ter uma base usada nos principais jogos, o treinador tem variado bastante a escalação nas partidas pela Copa do Brasil e pela Copa Sul-Americana. O comandante afirmou que o Campeonato Brasileiro é a prioridade nesta temporada, para evitar nova briga contra o rebaixamento e sonhar com a vaga na próxima Libertadores.
A reportagem ouviu cinco fontes ligadas ao clube e a jogadores, que apontaram as mudanças percebidas nos últimos meses. Para além do rodízio de atletas, a nova mentalidade instaurada no CT da Barra Funda é vista como crucial para a diminuição das lesões.
Em entrevista depois da vitória contra o Everton (Chile), pela Copa Sul-Americana, o zagueiro Arboleda citou postura trazida por Rogério Ceni que ajudou na questão.
“Às vezes, chegava no treino cansado, não falava nada e o jogador terminava machucando. Ele deu uma confiança para o jogador poder falar para ele quando estivesse cansado, e não passar por esse tipo de problema. Então, a cabeça do jogador muda muito, a gente agradece ele e o departamento médico, que estão em cima da gente todo o dia, cuidando da gente. Um ajuda o outro e foi assim que saímos daquele problema que estava tendo há um tempo”, disse.
A preparação física é outro ponto que, na avaliação interna, mudou do ano passado para esse. O entendimento é de que a comissão técnica de Hernán Crespo sofreu para se acostumar com o calendário brasileiro. A carga de treinos no início da temporada foi considerada elevada e, depois, quando as lesões começaram a aparecer, houve diminuição brusca das atividades que não resolveu o problema.
Crespo também costumava fazer um rodízio de atletas, mas a carga de treinos para quem não estava atuando era uma questão. Pessoas ouvidas pela reportagem diziam que os reservas recebiam uma intensidade de treino menor. Quando precisavam ser escalados, não estavam no mesmo nível de quem vinha jogando.
A mudança de mentalidade de uma comissão técnica para outra não foi o único quesito visto como importante para a melhora nas lesões. O São Paulo considera ter qualificado a comissão técnica permanente e promoveu trocas em seu quadro de fisioterapeutas.
Apontado em fevereiro por Rogério Ceni como um problema, a fisioterapia voltou a trabalhar em três turnos a diminuição da carga horária foi uma medida tomada durante a pandemia da Covid-19. Os processos no departamento médico também mudaram: os profissionais passaram a fazer reuniões constantes e produzirem relatórios detalhados que ajudam Ceni definir a escalação da equipe. O treinador é classificado como obcecado por dados e algoritmos e seu profissionalismo é considerado fundamental para a melhora.
O São Paulo terminou a temporada passada com 44 desfalques por lesões casos de Covid-19 não entram na conta. Passado o primeiro quadrimestre desse ano, a média caiu bastante: foram 11 casos atendidos pelo departamento médico.
Para o jogo desta quinta-feira, contra o Jorge Wilstermann, a única ausência confirmada é Gabriel Neves, que sofreu trauma no tornozelo no treino desta segunda-feira (25). Uma provável escalação do São Paulo é: Tiago Volpi, Igor Vinicius, Arboleda, Miranda e Reinaldo; Luan, Pablo Maia, Talles Costa e Nikão; Rigoni e Luciano.
O Jorge Wilstermann, por sua vez, chega a partida buscando quebrar uma sequência de quatro jogos sem vitória -foram três empates pelo Campeonato Boliviano e, antes disso, uma derrota contra o Ayacucho, do Peru, pela Copa Sul-Americana. Uma provável escalação do técnico Sergio Migliaccio tem: José Huber Escobar; Santiago Echeverria, Edemir Rodriguez, Ronny Montero; Moisés Villarroel, José Luis Vargas, Javier Andrés Sanguinetti, Carlos Añez; Humberto Osorio, Serginho e Christian Chavez.
O jogo acontece no estádio Félix Capriles, em Cochabamba, às 19h15 (de Brasília).