A brasileira Flávia Saraiva ficou em 7º lugar após sofrer uma entorse no tornozelo direito
Simone Biles, enfim, voltou a competir nas Olimpíadas de Tóquio, na final da trave. Após desistir de todas as finais anteriores no meio da disputa por equipes, a maior ginasta da atualidade voltou ao Ariake Gymnastics Centre nesta terça-feira (3) para ficar com a medalha de bronze sob fortes aplausos.
A americana garantiu 14.000 pontos com sua apresentação, o suficiente para bater outras seis adversárias, mas ficou atrás das chinesas Guan Chenchen, que anotou 14.666, e Tang Xijing, que marcou 14.233 para garantir a medalha de ouro. A brasileira Flávia Saraiva ficou no sétimo lugar, com 13,166.
Na trave, em que também costuma ser melhor, Biles sai do aparelho com um duplo mortal com uma dupla pirueta, movimento tão difícil que poucas ginastas realizam no solo, enquanto Simone se equlibra nos 10 centímetros de largura da trave para fazê-lo.
Quando cravou a saída após uma série de alto nível de dificuldade, Simone Biles foi aplaudida por todas as oito finalistas da prova, bem como jornalistas, fotógrafos, voluntários e demais presentes na arena olímpica. A importância da ginasta vai muito além do esporte, em um momento em que esteve nas manchetes por sua importante revelação de que precisava cuidar de sua saúde mental, jogando luz sobre o tema.
O ouro que falta
No Rio, em 2016, Simone Biles conquistou o bronze na trave. Esta foi a única medalha olímpica da ginasta americana que não foi de ouro. Ela conquistou outras cinco douradas em sua primeira Olimpíada, e em Tóquio, faturou a prata na disputa por equipes. Agora, faturou mais um bronze, na trave.
Flávia Saraiva
Uma guerreira. Desta forma pode ser chamada a brasileira Flávia Saraiva. Após sofrer uma entorse no tornozelo direito na semana passada que a tirou da disputa do individual geral na ginástica artística, a jovem de 21 anos se recuperou a tempo e, mesmo não estando com 100% de suas condições, ficou no 7º lugar — com uma nota de 13,133 — na prova da trave de equilíbrio da ginástica artística nas Olimpíadas de Tóquio.
Flavia Saraiva acabou sofrendo um desequilíbrio grande logo após suas primeiras acrobacias, que fez com que ela tivesse que se apoiar com as mãos na trave para que não caísse, infração que tirou muitos pontos de sua apresentação.
Apesar da falha, a ginasta brasileira ficou satisfeita com seu desempenho em Tóquio diante de tantas adversidades que encontrou pelo caminho.
“Eu não sei explicar, sei que estou com sentimento de muita felicidade. Sei o quanto foi difícil para eu chegar às Olimpíadas, não foi só a entorse, outras coisas aconteceram, então já me sinto uma vitoriosa. Estou muito feliz pelos resultados que a Rebeca alcançou e que serão muito importantes para a ginástica brasileira. É uma felicidade para mim estar em uma segunda final olímpica em um ano tão conturbado”, declarou Flavinha à TV Globo.
Elisabeth Black, do Canadá, foi a quarta colocada com 13,866, mesma pontuação da norte-americana ,Sunisa Lee, que ficou em quinto pelos critérios de desempate. Urara Ashikawa, do Japão, foi a sexta com 13,733, e Vladislava Urazova, do Comitê Olímpico Russo, foi a oitava com 12,733.
Estrela brasileira das Olimpíadas de Tóquio com um ouro e uma prata, Rebeca Andrade marcou presença na arquibancada da Ariake Arena para apoiar sua amiga Flavia Saraiva. A todo o momento ela se mostrou muito vibrante e aplaudia e incentivava a companheira.
Tornozelo já vinha incomodando
O tornozelo direito já vinha incomodando Flávia Saraiva desde sua chegada em Tóquio e foi se deteriorando ao longo da competição no individual geral, ocorrida no último dia 25 na Ariake Arena.
A lesão ocorreu especificamente durante a apresentação no solo, após a última acrobacia, quando, segundo a própria, sentiu o tornozelo “mole”. Ela já havia se contundido no mesmo local há cerca de dois meses.
No calendário da ginástica, Flavia Saraiva terá pela frente agora o Mundial da modalidade, novamente no Japão, mas a brasileira foca primeira em sua recuperação plena.
“A ginastica vai vir com muito mais reconhecimento (para o Mundial), pois agora temos duas medalhas no feminino e quatro no masculino. Mas agora não estou pensando muito no Mundial, estou pensando em me recuperar, cuidar do meu pé. O principal é me cuidar mesmo”, destacou.
Nesta terça-feira, o Brasil foi bem em outras competições: conquistou ouro na vela, bronze nos 400 metros com barreiras, garantiu pelo menos a terceira medalha de bronze no boxe e garantiu vagas na final do futebol e na semifinal de vôlei masculino.