Novak Djokovic venceu Rafael Nadal de virada nas semifinais de Roland Garros, por 3 sets a 1 (3/6, 6/3, 7/6 e 6/2), nesta sexta-feira
Em um dos duelos mais emblemáticos da história do confronto, com várias alternâncias de placar, alto volume de melhores momentos e até uma inesperada mudança de decisão governamental causada pela partida, Novak Djokovic venceu Rafael Nadal de virada nas semifinais de Roland Garros, por 3 sets a 1 (3/6, 6/3, 7/6 e 6/2), nesta sexta-feira (11). Ele enfrentará o grego Stefanos Tsitsipas na decisão de domingo.
É apenas a terceira vez que Nadal, dono de 13 títulos no saibro de Paris, sofre uma derrota na competição. As outras foram para Robin Soderling, nas oitavas de final de 2009, e para Djokovic, nas quartas de final em 2015.
Foi a 58ª vez que eles se enfrentaram (maior número de um confronto no circuito masculino), e o conhecimento que cada um possui sobre os pontos fortes e fracos (raros) do outro ficou evidente durante as 4 horas e 11 minutos em que estiveram dentro da quadra Philippe Chatrier, a principal do complexo de Paris.
Às 22h40 horas locais, após o terceiro set, seria preciso esvaziar a arena (com 65% de sua lotação permitida) para respeitar o toque de recolher imposto na capital francesa por causa da pandemia de Covid-19.
Os milhares de espectadores e fãs empolgados, que ajudaram a criar um clima de alta voltagem para o espetáculo em quadra, já se preparavam para protestar contra a ordem quando foi anunciado pelo locutor que um acordo com as autoridades permitiu que o público permanecesse até o fim da partida dado “o caráter absolutamente excepcional das circunstâncias”.
As vaias engatilhadas se transformaram em vibrações parecidas com as proporcionadas pelos dois atletas.
Para chegar à 30ª vitória da rivalidade, o número 1 do mundo se movimentou e movimentou o espanhol com eficiência, impedindo que ele ficasse à vontade para ditar os pontos com seu poderoso forehand. Também fez o que faz de melhor, pressionando o serviço do rival por meio de suas devoluções de saque precisas.
Em um primeiro set de 59 minutos, Djokovic poderia ter começado o jogo quebrando o saque de Nadal. O espanhol poderia ter aplicado um pneu (6 a 0) da mesma forma que fez na final do ano passado. O sérvio ainda reagiu e poderia ter complicado a vida do rival quando este sacou para fechar a parcial pela segunda vez.
As possibilidades que cabem em uma hora de um duelo como esse são inúmeras, mas o que de fato aconteceu foi Nadal vencer –após sete set points– por 6/3, placar padrão que esconde na superfície dos números um jogo repleto de alternâncias de momentos espetaculares e vulneráveis de ambos os tenistas.
No segundo set, Djokovic conseguiu começar com quebra, viu o espanhol devolvê-la logo no game seguinte, mas voltou a abrir vantagem. O sérvio ainda fechou a porta em cinco break points para o adversário e se manteve na ponta para triunfar pelo mesmo 6/3, embora com roteiros bem distintos.
As principais estatísticas mostravam desempenhos parecidos no início da terceira parcial, mas o momento apontava para uma leve superioridade de Djokovic, tecnicamente e mentalmente, o que o levou a conseguir a primeira quebra.
Após o sérvio fazer um ponto espetacular para salvar seu saque e ver Nadal devolver com outro para quebrá-lo, ele conseguiu voltar à frente vencendo de zero um game de saque do espanhol. Quando sacou para fechar, porém, Nadal saiu das cordas e cresceu em quadra para igualar o placar.
A alternância levava a crer que qualquer um poderia levor a melhor no tiebreak, e foi Djokovic, melhor nos detalhes durante a maior parte do jogo, quem prevaleceu.
No quarto set, Nadal ensaiou reagir quebrando o saque do sérvio, que voltou a tomar as rédeas do jogo para fechar em 6/2 contra o espanhol já abatido.
Como definiu Andy Murray, que tão bem conhece os dois dentro de quadra, em uma publicação no Twitter: “Você não pode jogar melhor em quadra de saibro do que isso. É perfeito”.