quinta-feira, 25 abril 2024

Uma volta ao passado com Carille

Fábio Carille, 45, está de volta ao Corinthians. Sete meses após deixar o clube rumo ao Al Wehda, da Arábia Saudita, o técnico foi repatriado pelo time paulista para substituir Jair Ventura, 39, demitido na segunda-feira, um dia após o término do Campeonato Brasileiro.

À Folha o diretor de futebol da equipe alvinegra, Duílio Monteiro Alves, confirmou o acerto com o treinador. O clube vai pagar a multa rescisória do técnico, que terá um contrato de dois anos, até dezembro de 2020.

“Existe uma multa contratual, a gente não fala em valores, mas o Corinthians vai cumprir o contrato dele fazendo o pagamento dessa multa”, disse Duílio. Pouco depois, o clube oficializou em suas redes sociais a informação do retorno do técnico.
Para tirar Carille do Al Wehda, o Corinthians vai desembolsar cerca de 750 mil dólares (R$ 2,9 milhões), valor previsto como multa no contrato do treinador com o time árabe.

Ainda de acordo com Duílio, o técnico já tem participado do planejamento do Corinthians para a temporada 2019.
“A partir do momento em que chegamos a um acordo com ele [Carille], a gente passou a conversar sobre o planejamento. Lógico que ele tem a função dele lá como treinador, a gente tem muito cuidado com isso para que ele saia e deixe a porta aberta, como ele deixou aqui no Corinthians”, afirmou o diretor.

Em sua volta ao Parque São Jorge, Carille terá a missão de resgatar os bons resultado. Com Jair Ventura à frente da equipe, o time alvinegro ficou apenas na 13ª colocação do último Campeonato Brasileiro e brigou até a penúltima rodada para evitar o risco de um novo rebaixamento.

Foi um cenário bem diferente daquele deixado por Carille. Efetivado como técnico do Corinthians em dezembro de 2016, o ex-auxiliar iniciou sua jornada no ano seguinte e comandou a equipe em 104 jogos, com 55 vitórias, 30 empates e 19 derrotas, um aproveitamento de 62,5%. Esse rendimento o levou às conquistas do Paulista (2017 e 2018) e do Brasileiro de 2017.

Ex-auxiliar de Tite, em quem sempre espelhou o seu trabalho, Carille resgatou o estilo de futebol com o qual torcida corintiana mais se identifica: armou um forte sistema defensivo e um ataque cirúrgico.

O maior reflexo dessa filosofia de jogo ocorreu no primeiro turno do Nacional de 2017, quando o Corinthians passou 19 jogos invicto, com 14 vitórias e 5 empates, desempenho fundamental para a confirmação do título.

Quando o técnico se transferiu para o Al Wehda, em maio deste ano, a diretoria corintiana tentou repetir a fórmula que deu certo. Efetivou o então auxiliar Osmar Loss, 43.

Em 25 jogos, ele teve aproveitamento de 46,6%, com 10 vitórias, 5 empates e 10 derrotas, duas nas oitavas da Libertadores, diante do Colo Colo, que resultaram na eliminação. Foi justamente a queda diante dos chilenos que provocou a demissão de Osmar Loss em setembro, quando o time paulista foi buscar Jair Ventura.

CENÁRIO DIFERENTE
Nesta segunda passagem, Carille carregará uma pressão diferente daquela que enfrentou quando assumiu o time alvinegro pela primeira vez.

Além de não ser mais uma aposta, defenderá o terceiro melhor aproveitamento entre técnicos corintianos nesta década, com 62,5%, abaixo apenas de Tite (69,8%, de 2015 a 2016) e Mano Menezes (64,5%, de 2008 a 2010).

Isso, porém, não será nada fácil com o atual elenco alvinegro. Desde a conquista do Brasileiro de 2017, o time passou por desmanche. Seis titulares da campanha deixaram o clube: Pablo, Balbuena, Arana, Rodriguinho, Maycon e Jô.

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