Pelo menos 137 homens e mulheres foram presos ontem pela Polícia Civil nas 20 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) durante a megaoperação “PC 27”, que mobilizou durante todo o dia mais de 4,5 mil policiais em todo Brasil na captura de foragidos da Justiça por crimes como homicídio, latrocínio, tráfico de drogas e estupro.
Só no Estado de São Paulo, 1.193 foragidos tinham sido presos até às 17h de ontem, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública). A Polícia paulista também contabilizou, até o final da tarde, a apreensão de aproximadamente 300 quilos de maconha, nove armas de fogo e 20 veículos envolvidos em irregularidades.
A operação foi batizada como “PC 27” em alusão às ações simultâneas de cumprimento de milhares de mandados em todas as 27 unidades da federação. Até o fechamento desta edição ainda não havia sido divulgado um balanço nacional com os resultados da megaoperação, coordenada pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia.
Os números relativos às ações na RMC foram divulgados parcialmente no final da tarde pelos dois Deinters (Departamentos de Polícia Judiciária de Interior), responsáveis pela Polícia Civil da região.
Na área do Deinter 9, que engloba cidades como Americana, Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa, Cosmópolis e Santa Bárbara dOeste, foram 79 homens e seis mulheres presos na operação.
Na área do Deinter 2, que abrange Campinas, Paulínia, Indaiatuba, Valinhos, Vinhedo, Pedreira e Jaguariúna, foram contabilizadas 52 prisões, sendo 17 delas em Campinas.
“LABORATÓRIO”
Na RMC, um dos casos de destaque foi uma ação da Polícia Civil de Cosmópolis, que localizou uma casa utilizada como “laboratório” para o preparo de drogas, principalmente cocaína, que seriam distribuídas na região.
Um açougueiro foi preso em flagrante e apontado como sendo responsável pelas drogas e pelos apetrechos apreendidos no local, e que, segundo a Polícia, eram utilizados no preparo dos entorpecentes para venda.
Os policiais cumpriam mandado de busca e apreensão na casa, onde encontraram 38 porções de maconha e quatro “pinos” com crack e cocaína, mas o que mais chamou a atenção foi a localização de 9.950 pinos (embalagens para drogas) vazios, 1,3 quilo de um “pó branco” a ser identificado que, segundo a Polícia, o acusado de tráfico usaria para misturar com a cocaína que venderia aos usuários.
À Polícia, o suspeito (que foi preso em um supermercado de Cosmópolis onde trabalharia) disse que os produtos apreendidos não seriam seus, mas sim que ele viria guardando para um homem, que diz não conhecer, e que “alugou” o espaço na casa por R$ 300,00 semanais. A confissão foi suficiente para o açougueiro, de 32 anos, ser preso em flagrante em acusação de tráfico de drogas.