A música tem sido usada como atividade complementar no tratamento de doenças ou deficiências. Nas instituições de longa permanência de idosos ou hospitais, a prática é difundida com objetivos terapêuticos e traz maior qualidade de vida aos pacientes.
A musicoterapia consiste no uso da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) para gerar estímulos cerebrais. A técnica pode ser realizada individualmente ou em grupo e é complementar ao tratamento de doenças como Parkinson, Alzheimer e de outras que envolvem degeneração, como um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Há sempre uma finalidade terapêutica. “No caso de idosos, esse objetivo pode ser recuperar ou retardar a perda de memória”, explica a musicoterapeuta e professora da UFG, Tereza de Melo Alcântara Silva. O contato com estímulos musicais, principalmente se forem conhecidos, faz com que o cérebro se conecte a experiências carregadas de emoção e afeto.
“Não é apenas uma recreação musical”, conta Juliana Carvalho, musicoterapeuta do Hospital Sírio-Libanês. Segundo ela, há um trabalho prévio do profissional de entender qual o histórico sonoro-musical que irá gerar estímulos naquele paciente, por exemplo, quais músicas ou sons remetem a algum período específico da vida dele.
No Residencial Club Leger, no Jaraguá (SP), os idosos residentes contam com musicoterapia semanalmente. “Muitas vezes, unimos o trabalho com música ao que chamamos de ‘dança sênior’, que são danças que estimulam questões motoras e cognitivas”, relata o musicoterapeuta Tarik Bispo. “Os neurologistas estão cada vez mais dispostos a estudar os efeitos musicais no cérebro, como forma interessante de complementar o tratamento médico”, diz Juliana.