quinta-feira, 21 novembro 2024

Epidemia de obesidade

Em menos de duas décadas, o percentual de pessoas obesas no Brasil mais que dobrou, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): passou de 12,2% em 2002/2003 para 26,8% em 2019. Isso significa que um em quatro adultos no País vive com a condição, que pode trazer complicações de saúde como diabetes e pressão alta. 

Quando observadas as pessoas com excesso de peso, o número é maior: 61,7% da população em 2019. Em 2002/2003, era 43,3%. 

A obesidade é um problema multifatorial, afirma Mario Carra, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Do ponto de vista genético, a predisposição para um baixo metabolismo atrapalha o gasto das calorias consumidas. 

A isso, estão aliados fatores ambientais, como a pouca prática de exercícios físicos, alimentação desregrada e fácil acesso a alimentos de baixa qualidade nutricional, mas com alto teor calórico. “É uma epidemia porque atinge mais da metade da população e fugiu do controle das autoridades sanitárias. Foi-se degenerando a forma como a população se alimenta.” 

A nutricionista Elisabeth Chiari, diretora-secretária do CFN (Conselho Federal de Nutrição), cita, ainda, a contribuição do estilo de vida urbana para o aumento dos números de obesidade. 

“As pessoas ficam muito tempo sentadas, andam pouco a pé, não param para almoçar direito, comem rápido e mal. Tem também a influência do estresse, que ainda gera uma situação cíclica [aumentando a alimentação compulsiva]. Também há o consumo de medicamentos que provocam aumento de peso e a má qualidade do sono.” 

Por ter vários fatores que contribuem para a doença, o tratamento também precisa ser feito com diversas abordagens, diz Carra. 

“O tratamento é feito com alimentação e atividade física, mas para muitas pessoas tem que ter um medicamento que mude o padrão de gasto calórico.” Mas isso sempre com acompanhamento médico. 

A educação alimentar na infância é algo que pode ajudar a prevenir os casos de obesidade e sobrepeso na vida adulta, de acordo com Carra. Crianças que lidam com o problema têm mais propensão a permanecer com o peso desregulado. 

“Temos que educar crianças e pais sobre como escolher melhor a alimentação.” 

Infográfico sobre obesidade no Brasil (Arte | Folhapress)

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