Embora eu seja teólogo e pastor, gosto muito de filosofia. Dentre as escolas filosóficas, tenho preferência pelo estoicismo. Gosto da maneira racional e, portanto, pé no chão, com que esta escola filosófica orienta o viver.
Nos estoicismo há diversas lições práticas para aplicarmos em nossa vivência, uma delas é: “Viva no momento presente – aproveite o momento presente e não se preocupe com o passado ou o futuro. Concentre-se em agir sabiamente agora”. Quando vivemos demasiadamente no passado, ficamos suscetíveis à depressao, quando demasiadamente no futuro, desenvolvemos ansiedades; por isso, a ideia é que nos concentremos no agora, visto que é a única realidade que podemos interagir e transformar.
Jesus, no famoso Sermão da Montanha, ensinou aos seus ouvintes: “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.” (Mateus, 6:34). Ou seja, é imprescindível que o “agora (ou o hoje)” receba a canalização das nossas energias, visto que nem ontem e nem amanhã são realidades mutáveis, uma vez que um já foi e o outro é só possibilidade.
Às vezes, seja no setting analítico ou no setting de aconselhamento pastoral, as pessoas falam muito sobre o investimento energético pra lidar com o que passou ou, então, pra lidar com aquilo que poderá vir a ser ou acontecer; mas poucos falam do agora, daquilo que está realmente sendo investido para mudar ou transformar o que realmente está em suas mãos.
Há sempre uma âncora emocional no passado ou a espectativa de que alguma coisa aconteça no futuro e, assim, resgate o sofredor de suas angústias. Mas, infelizmente, raramente isso acontece. Na grande maioria dos casos esse tipo de espera apenas gera mais angústias e, consequentemente, adoece o expectador.
É necessário pôr a mão na história. É necessário viver o agora, encarando os desafios, os medos, as inquietudes, e tudo aquilo que o agora nos apresenta. Disso depende a construção do nosso contentamento com a vida; do contrário, vivemos dando manutenção no sofrimento.
Portanto, olhe o seu agora. Faça-se presente no agora. Esse é o tempo que está em suas mãos; este é o único tempo de oportunidade que você tem. Embora o passado tenha o triste costume de não saber o seu lugar, nós temos condições de colocá-lo onde ele precisa ficar em nossa vida. E, embora o futuro esteja sempre batendo a nossa porta, nós não precisamos abrí-la. O agora é o nosso espaço, o nosso tempo, a realidade mais palpável da nossa vida.
Assim, viva agora. Como bem disse Jesus, e aqui eu reforço: “basta a cada dia o seu próprio mal”. Confie em Jesus, confie em você. Bora viver bem, agora.