Por Eduardo Tardelli
Dentro de diversos trabalhos realizados pelo compliance, a checagem de antecedentes já é bem conhecida. Amparada por empresas especializadas em coleta de dados, a medida é essencial para a contratação de terceiros e colabores, sejam eles temporários ou não.
Recentemente, foi divulgado que uma ex-estagiária do gabinete de um dos ministros do Supremo Tribunal Federal servia como fonte interna para um produtor de conteúdo investigado pelo próprio STF. Diante deste cenário, é possível perceber a necessidade da checagem constante dos colaboradores, públicos ou não.
Para que o processo de contratação seja o mais eficiente possível, a investigação social não deve ser feita apenas quando o candidato é considerado apto a fazer parte do serviço público. Uma análise completa considera a vida profissional do servidor antes e enquanto ele exerce a função.
Todos que fazem parte das instituições públicas, seja em cargos de carreira ou políticos, prestam serviços à sociedade, e isso evidencia que o corpo social tenha confiança nessas pessoas para garantir a segurança das instituições e da democracia. De acordo com a pesquisa Exame/Ideia de abril de 2021, praticamente metade da população (48%) mudou de opinião em relação às instituições públicas, e não foi para melhor. 27% dos que mudaram de ideia se dizem mais desconfiados e negativos.
Acostumados com escândalos de corrupção e fraude envolvendo o poder público em noticiários, o brasileiro, mais uma vez, se viu diante de mais um caso de gestão sendo usada para atender interesses pessoais. Acontece que, a apatia causada pela recorrência de casos como esses não deve ser normalizada. É possível mudar este cenário com planejamento e ferramentas adequadas. O compliance tem um papel fundamental nesse processo.
Durante as 79 fases da Lava Jato, considerada uma das maiores operações de combate à corrupção na história do Brasil, retornaram aos cofres públicos R$ 5 bilhões. Além disso, a previsão é que os condenados cheguem a devolver o valor total de R$ 22 bilhões ao longo dos próximos 20 anos, já que alguns dos mais de 270 acordos realizados pela força tarefa da operação envolvem pagamentos parcelados.
O custo da corrupção no Brasil é inestimável e, retirando de cena todas as questões políticas que envolvem o problema, é possível evitá-la. O background check, aliado às medidas sólidas de compliance, consegue identificar inconsistências no setor público, garantindo um serviço transparente e eficiente, essencial para o futuro das próximas gerações.