Por Sandra Franco
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou no último dia 2 de junho, a portaria GM/MS Nº 1.348, que regulamenta o programa Telessaúde Brasil, para atendimentos especializados médicos a distância a municípios localizados em áreas remotas, rurais e indígenas do país. Um programa extremamente importante para a democratização do atendimento virtual no setor de saúde no Brasil. Um grande passo normativo e também de investimento para ampliar o acesso principalmente à teleconsulta, em todo território nacional.
Desde logo, vale esclarecer que a Telessaúde envolve a prática, com o emprego das tecnologias de informação e comunicação, na assistência remota, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde do cidadão, não apenas por médicos, mas por outros profissionais de saúde: enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, enfim. Já a Telemedicina refere-se aos atos exclusivamente exercidos por médicos.
Os últimos passos do Governo Federal, amplamente divulgados pela mídia, ao estabelecer as regras e o incentivo para a Telessaúde e, claro, para a Telemedicina no país, são fundamentais para garantir o implemento tecnológico para a saúde no país. Se trata de uma política pública, que representa maior acesso, além de mais eficiência e até mesmo redução de custos, a médio e longo prazo. Toda política que visa à inclusão digital representa, não só diferença na vida dos cidadãos (pacientes), mas também dos profissionais e aos gestores de saúde., todo o sistema ganha. Isso porque um dos grandes gargalos de gestão é o de monitorar e atuar nas cidades mais distantes, com escassez de especialistas e serviços à população.
Tardiamente, mas ainda em tempo, vive-se um momento de revolução do atendimento no Brasil. Na atenção primária, principal nicho para o desenvolvimento da Telessaúde, vai aproximar atenção especializada, evitando deslocamentos que às vezes são complexos em países de dimensões continentais como o Brasil. Será possível mapear, por exemplo, fatores de riscos e as principais doenças nos quatro cantos do país, como hipertensão arterial, diabetes e tabagismo, e mesmo doenças crônicas de cada região. Os profissionais e gestores poderão estabelecer um sistema de controle e atuar com projetos específicos para cada grupo, identificando os principais problemas de saúde de determinados grupos. A partir dos dados estruturados, será possível realizar com mais eficiência a gestão de um orçamento tão apertado como o da saúde do país, já que a proposta será alocar de forma certeira os recursos, sem desperdícios.
Que essa nova era da tecnologia e de investimentos no sistema público de saúde faça valer o que está disposto em nossa Constituição Federal: o acesso universal, igualitário e integral à saúde.