Por Gustavo Felizardo
A “Quarta Revolução Industrial” ou a “Indústria 4.0” tem como foco a virtualização das fábricas, o trabalho com informações em tempo real, a descentralização das decisões e ao mesmo tempo o desafio do gerenciamento de uma cadeia de suprimentos distribuída geograficamente pelo mundo, que carrega consigo toda complexidade logística e tributária. Além de tudo isso, é preciso manter o mantra “Making Things Well”: a busca do melhor sempre, focando na redução de custos que impactam a produção, inovando e mantendo a qualidade.
Mas essa transformação nunca foi uma missão fácil e, com os acontecimentos globais iniciados em 2020 com a pandemia, que ainda segue até hoje, tem se tornado cada vez mais desafiador. Estudando, deparei-me com a visão “Tributário 4.0” tema que já é foco de discussão e estudo em grupos especializados. O questionamento “Como serão cobrados os impostos no futuro?” que está dentro dessa visão trouxe uma reflexão importante: não há como pensar no futuro sem resolver a tributação atual, ou seja, precisamos olhar o “Tributário 3.0” enquanto estamos na “Indústria 4.0”, e quem sabe um dia ter a indústria e o tributário na mesma “era”.
Em qualquer empresa há times focados em impostos, sejam eles diretos ou indiretos. Dentro destas equipes temos profissionais focados para resolver os custos, impostos acumulados, obrigações acessórias entre outros com o claro objetivo de muitas vezes, para quem atua em empresas com matriz fora do Brasil, justificar nossa complicada tributação. O conceito da “Tributação 3.0” tem início quando a empresa se dedica, para resolver, de maneira reativa, toda a carga tributária que envolve o custo da matéria prima e dos insumos produtivos das compras diretas, que vem acompanhada dos famosos impostos federais e estaduais acumulativos.
A provocação “de maneira reativa” justamente vem para abrirmos a caixa de pensamentos, que é necessário olhar o custo desde a ponta do processo produtivo, que não se inicia necessariamente no último elo da cadeia produtiva, mas sim dois ou três elos antes do principal fornecedor.
O segundo passo começou a se tornar mais sólido em meados de 2009, quando a indústria foca definitivamente na redução de custo. Uma redução não de maneira momentânea, mas sim em marcha corrente, não olhando somente a performance dos impostos na sua matriz de compras, mas também apoiando e suportando seus fornecedores para que eles tenham uma performance competitiva.
Ganhando força desde então, essa visão engloba uma estratégia colaborativa, buscando performance tributária de dois a três elos da cadeia produtiva, no mínimo, reduzindo assim o custo e o balanço tributário dos creditáveis. As operações do dia a dia de compra e venda passam a ser vistas de forma estratégica, utilizando Regimes Especiais integrados em todas as cadeias de fornecimento e industrial.