sexta-feira, 26 julho 2024

As versões de nós mesmos

Nos últimos dias tenho pensado frequentemente sobre as diversas versões que habitam em mim mesmo, e qual delas devo deixar se destacar mediante as situações do dia a dia. 

Se tem uma coisa que essa pandemia tem me ensinado é realmente sobre viver o hoje e o que podemos fazer com o que temos em mãos. 

Todos nós somos multifacetados. Somos profissionais no ambiente de trabalho, temos hobbies e gostos, amores e conflitos. Algumas pessoas conhecem um lado da gente, outras o outro e algumas muito destes lados. 

Chega a ser até difícil lidar, às vezes, com tantas personalidades que habitam em nós. Há dias em que elas entram em conflito e quando isso acontece o caos se instaura. 

Não sei se existe um Marcos que eu goste mais do que o outro. Temos o jornalista, o youtuber, o apresentador, o colunista, o fã de Katy Perry e amante da música, o namorado do Fernando, o filho da Angela. E cada pessoa que comigo convive acessa uma destas personalidades. Alguns, inclusive, mais do que uma. 

Por de trás de todas essas versões existe o da essência. Aquele que sonhou com cada uma dessas facetas e que tenta as desempenhar em conjunto e em equilíbrio. Acaba falhando em muitas ocasiões, seja pelo excesso ou pela falta. 

A verdade é que não é fácil manter equilíbrio o tempo todo. É trabalho árduo querer realizar tudo ao mesmo tempo e ser sua melhor versão em cada uma dessas personas. Não dá pra sustentar por um logo período. Tenho aprendido que em alguns dias conseguirei ser melhor namorado do que jornalista, e em outros, melhor youtuber à filho da Angela. 

E não pasmem se amanhã acordar exercendo uma versão diferente da de ontem. Faz parte alternar e querer ser o melhor que se pode. É o que busco diariamente em mim. Sem pressões ou sentimento de culpa pelo que fiz ou deixei de fazer. 

Não se comparar aos outros também é importante. Eu, particularmente, tenho essa mania horrível de achar que, se o outro consegue, eu também consigo. Bom, sabemos que nem sempre é assim. Presumo que isso não ocorra apenas comigo. 

Cada vez mais tenho aprendido sobre meus limites e respeitado eles. Não que eu esteja desapegado ou me sinta desapegando de tudo, mas sim criando maior consciência de que precisamos conviver com as limitações de nossa mente e corpo. É acordar e exercer a versão que melhor lhe couber. 

Mais do que nunca é hora de focar em nossas necessidades, ocupando o tempo e mente, sendo a melhor versão que podemos ser por nós mesmos. E mesmo que falhemos, que passemos a reconhecer que foi o melhor que pudemos fazer naquela situação. Não adianta forçar a barra ou buscar a perfeição. Ela não existe. 

Sempre existirá dentro de nós um universo repleto de versões e que com o tempo se renovará. É preciso notar essas mudanças e definir o que é prioridade e quando exercê-la. 

 
Escrito por: Marcos Barbosa | Jornalista e Apresentador

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