segunda-feira, 9 dezembro 2024

Democracia

Por
Por Rev. André Luiz Pereira
Foto: Arquivo

Enfim, foram-se as eleicoes, muito embora em algumas cidades haja segundo turno. Na semana passada celebramos o ato mais importante da vida civil: a democracia. Talvez muitas pessoas ainda não tenham entendido o quão importante é a liberdade de escolher aqueles que irão nos representar na governabilidade das instâncias municipais, mas aqueles que já viveram sob o denso regime totalitário sabem da importância de um ato cívico com o da semana que se passou. Chego a pensar que essa instância, a municipal, seja uma das mais importantes, visto que os candidatos e candidatas estão mais acessíveis a nós do que, por exemplo, quando os cargos concorridos são estaduais e federais.

Prefeitos e Vereadores, na sua grande maioria, são pessoas que temos um certo conhecimento, pois moram na mesma cidade na qual moramos e, portanto, isso facilita um conhecimento prévio e, também, viabiliza as cobranças que podemos fazer diretamente aos eleitos.

É triste perceber que, como resquício das eleições federais, ainda existe uma briga ideológica-partidária, que, por vezes, nos impede de fazer avaliações mais coerentes; é perceptível, por exemplo, que algumas pessoas migraram de partido ou, acerca dos candidatos novatos, escolheram o partido “da moda” para concorrem ao pleito. Percebo que alguns não têm noção da bandeira ideológica de seus partidos; outros, mesmo sabendo, não defendem tal bandeira, mas se filiaram por conta da quantidade de votos que necessitam para serem eleitos, rompendo, então, com a ética e, consequentemente, demonstrando que apenas o bem estar próprio é o que está em questão.

Precisamos redescobrir a democracia. Precisamos retomar a consciência do poder que está em nossas mãos. Não podemos ser tão ingênuos, ao contrário, devemos ser muito criteriosos, afinal é o nosso bem estar e de nossa família que estão em jogo. É preciso romper com a modinha política e, através de conversas francas com candidados e/ou a leitura daquilo que têm em mente nos cargos que pretendem ocupar, percebermos se há merecimento e condições de tal candidato nos representar.

Fala-se tanto em direita, esquerda, extrema direita, extrema esquerda e, agora, em ultra direita, mas quantos sabem sobre isso? Quantos já ouviram falar, por exemplo, sobre a “ferradura” das ideologias partidárias, a qual estabelece o nível ideológico que cada partido assimila no seu estatuto, visto que nem todo partido de esquerda é comunista e nem todo partido de direita é nazo-facista. Está aqui uma das razões pelas quais não podemos fazer dos aplicativos de relacionamento e nem das redes sociais nosso único canal de informação. É preciso educação, aliás um dos temas que deveríamos defender incondicionalmente.

Penso que, muito embora todo dia seja um dia pra celebrarmos o livre exercício da democracia, hoje também seja um dia para compreendermos melhor o que é essa palavra que tanto jorra da boca de tantas pessoas, especial em períodos de eleições, quer sejam municipais, estaduais ou federais.

Assim, oro, estudo, reflito, escrevo e aguardo aquele dia no qual a democracia seja integralmente instaurada entre nós, ou seja, não apenas no âmbito político, mas também nos âmbitos pessoal, religioso, e de quaisquer outras vertentes da vida. Instaurar a democracia é, também, instaurar o respeito. E o respeito não é partidário, pelo contrário, é um direito de todo cidadão.

Mas, enquanto essa democracia integral não se instala, celebremos aquela que, ainda que parcial, está em nossas mãos.

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