Na semana, chamou minha atenção o voto da Ministra Carmem Lúcia admitindo um processo envolvendo uma Deputada Federal e um “hacker”, ambos réus na Suprema Corte. Ao proclamar seu voto a douta Ministra fez um comentário pertinente, contrapondo a expansão da tão propalada Inteligência Artificial (IA) com a Desinteligência Natural. O comentário reflete a mais pura realidade.
Assistimos hoje a escalada da Inteligência Artificial. Impressionam-nos os avanços tecnológicos nessa área. Em contrapartida, assusta-nos o crescimento e avanço de uma desinteligência natural. Os avanços da tecnologia não foram capazes de aumentar nossa inteligência. Pelo contrário, parece que ela diminui dia a dia. Vivemos, de fato, dias de uma desinteligência natural. Perdemos nossa capacidade ao diálogo. Perdemos o respeito à opinião do outro. Nos comunicamos pelo celular, mas não nos comunicamos pessoalmente. Um bom exemplo dessa desinteligência natural seriam os vândalos de 08 de janeiro. Cometiam o crime, gravavam e postavam em suas redes sociais. Produziram fartas provas contra si mesmos. A Inteligência Artificial, simbolizada no celular, estava presente. Em seguida, com as postagens vinha a desinteligência natural, a postagem em si.
A percepção da Ministra está correta. A nossa desinteligência natural continua produzindo suas mazelas, seus desalentos. Vivemos tempos difíceis. O ódio tem imperado. É só olhar para as guerras que estão em curso, produzindo milhares de vítimas inocentes.
A Inteligência Artificial não pode superar nossa capacidade de pensar e raciocinar. O dístico “penso, logo existo” não pode ceder lugar ao “penso, logo desisto”. Somos seres humanos. Somos seres racionais, dotados pelo Criador de uma inteligência natural, bela, criativa. Vamos usá-la para promover o bem comum, fazendo do mundo um lugar melhor. Lutemos por um mundo onde a Inteligência Artificial não substitua, nem diminua nossa Inteligência Natural.
É isso!
