terça-feira, 18 março 2025

Joás

Por Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano 

Exatamente hoje faz 20 anos que perdemos Rev. Joás Dias de Araújo, o querido Joás. Nascido em Cuiabá, MT, aos 11 de abril de 1938, era pastor presbiteriano, formado pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, SP. Veio de família presbiteriana. Seu pai, Rev. Augusto José de Araújo, também era pastor presbiteriano, despertando na família a vocação pastoral. João Dias de Araújo era outro vocacionado, irmão mais velho de Joás. Grande teólogo que se destacou como professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, PE.

Minha convivência com o Rev. Joás teve início em 1986, quando fui contratado como seminarista-estagiário para auxiliá-lo na Igreja Presbiteriana de Americana. Atuei dois anos como seminarista. Depois, voltei em 1992, já como pastor, para auxiliá-lo no pastorado da IPA. Foram onze anos de companheirismo pastoral. Para mim, jovem pastor, onze anos de aprendizado constante. Joás me ensinou muito. No trato com a Igreja, com a liderança da Igreja, no trato e relação com a cidade. Puro aprendizado.

Coração extremamente amoroso. Pastor acessível a todos que dele precisassem. Ouvidos elásticos na arte de ouvir. Sábio e prudente conselheiro. Só se ouviam bons conselhos de seus lábios.
Apaixonado pela Teologia Pastoral, Joás cunhou alguns temas. Dizia ele que precisávamos ter uma “paciência histórica”, que, segundo ele, era uma capacidade que as situações tinham de se resolver por si só, num conjunto de variáveis. Tínhamos que entender isso e desenvolver em nós, mesmo em face das dificuldades essa “paciência histórica”. Saber esperar. Desesperar jamais. Dizia ele que “envelhecer com a comunidade era uma bênção”. Hoje entendo perfeitamente o que outrora não fazia muito sentido para mim. Aos visitantes da Igreja, dizia ele: “podem andar aqui de chinelo”, como que dizendo: “fiquem à vontade em nosso meio”.

Joás tinha algumas paixões. Ouso citar algumas aqui. Além do pastorado, que ele amava por senso de vocação, ele era apaixonado por missões. O início de seu pastorado foi missionário. Desde Joaçaba, SC a Maracaibo, na Venezuela, o lado missionário sempre falava alto ao seu coração. Em seu retorno ao Brasil, à frente da Igreja Presbiteriana Guanabara, plantou várias igrejas na cidade de Campinas e região.

Era também apaixonado pela pregação. Foi, durante vários anos, professor de homilética no Seminário de Campinas. Dizia que a homilética era uma ciência ancilar, era serva. Estava a serviço do pregador. Tenho sermões do Joás gravados na memória, sem anotar nada. Gravados na memória do coração, graças à boa homilética que ele sempre empregou. Sempre foi zeloso com seus esboços homiléticos.
Hoje, depois de 20 anos, a saudade ainda persiste. As lembranças são de um homem que amava o Senhor Jesus Cristo. Creio que esta é a melhor apresentação de Joás: servo de Jesus Cristo!

 

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