Por Marcos Barbosa / Jornalista e apresentador
A falta de empatia nos coloca em situações desagradáveis. Digo isto pois já estive nesse lugar por diversas vezes. Sempre que lá estou percebo que isso provém de pessoas que não são autossuficientes ou que não enxergam que possuem problemas e que precisam resolver.
Não é culpa de ninguém se o cotidiano não te satisfaz ou se alguma outra coisa não te faz tão bem quanto antes. É algo que precisa ser resolvido. Transferir essas frustrações a outras pessoas não trará alívio; talvez momentâneo, mas não genuinamente. É preciso parar de atribuir frustrações a situações e pessoas por questões que carecem maior atenção. Exemplo básico, não adianta culpar o cachorro pelo xixi no tapete se foi escolha sua tê-lo.
Para ser mais claro, temos o grande defeito de querer justificar nossas falhas por atitudes alheias. É meio que pegar carona na falha do outro. Oportunismo total. É preciso assumir nossas decisões e atitudes e dar a cara a bater.
Em tempos de quarentena, oportunidades não faltam para refletir sobre isto. E mesmo assim nos deparamos com a negação de pessoas à introspecção e ao reconhecimento de suas ações. Adianto, isso não o tornará mais leve ou isento. Como sabemos, é indispensável portar empatia pelas pessoas e pelas situações as quais se encontram. Afinal, ou já estivemos ali, e portanto, temos propriedade para lidar com a questão, ou em algum momento lá estaremos. Trate com mais cuidado os problemas do outro.
Corporativamente falando, quando um colega de trabalho possui um problema e precisa resolvê-lo, esse problema também é seu. Independentemente da sua área. Como empresa, fazemos parte de um todo. Mas por que não tratamos o mundo como uma grande corporação?.
Tudo está conectado, inclusive nós. Cabe então olhar com carinho para o outro também. Não se trata apenas de altruísmo, é dever. É importante querer transformar o mundo através de doações, proporcionando alívio e melhora às pessoas, mas também empatia em momento que pedem isso. É preciso, é indispensável! Não dá mais pra olhar apenas a si próprio, é preciso pensar no bem-estar de quem está ao lado.
É certo que muitas vezes o poder corrompe e até cega as pessoas. Algumas se colocam em pedestais ou redomas e se sentem superiores às demais. A estes, sugiro experimentar descer um degrau. Afinal, o fim é igual para todos nós. Seja mais tolerante. Dê o braço a torcer por mais vezes. Ninguém será punido por ter tentado demais ou por ter sido bom o quanto pôde. Não há mal também em não ceder às vezes. O que não se pode é viver isolado e rodeado de pensamentos que excluem os demais, te tornando superior ao outro. Esse não é o caminho.