sexta-feira, 19 abril 2024

O fim das máscaras

Por Marcos Barbosa

A pandemia ainda não chegou ao fim, mas alguns estados, como o caso de São Paulo, já liberaram sua população do uso da proteção. Isso porque os casos têm diminuído, assim como a taxa de internações, e a vacinação avançando. A maioria das cidades no Estado possuem imunização completa acima dos 75%.

Apesar do aval das autoridades, após dois anos de uso, ainda me parece estranho voltar à realidade antiga. Sair sem máscara ao ar livre me parece ok. Mas locais com muita aglomeração como supermercados, shoppings e até mesmo o trabalho, ocasiona certo desconforto.

Há situações que nunca se explicaram. Caso dos restaurantes. Você chega, entra, senta e tira a máscara. Desde o princípio não se justificava o uso. Exceto pela proteção no contato com funcionários do estabelecimento e vice-versa.

E apesar de pensar assim, me mantive resiliente no uso até o último fim de semana, quando fui a um restaurante. Me senti um criminoso por estar adentrando ao espaço sem a proteção. As pessoas ainda desconfortáveis, olhando uma para as outras.

É estranho que o incômodo inicial, lá em meados de março de 2020, tem hoje, em março de 2022, o efeito reverso.

Apesar da tentativa mal sucedida, me aventurei em uma nova. Quem pratica esportes ou exercícios físicos, sabe o quanto é ruim e demorou para nos acostumarmos à pratica dessas atividades com o uso do acessório. Lá fui eu à academia sem máscara. Chegando, confesso que foi muito engraçado ver tantos rostos que achei conhecer, mas que ficaram apenas no imaginário. É um exercício de reconhecimento! Me senti apreensivo, porém satisfeito, por poder respirar tão bem quanto antes.

Para alguém que em momento algum teve Covid-19, é inevitável estar alerta. Mas também acho importante nos libertarmos do uso. Alguns casos ainda tornam necessário o resguardo, tais como acesso aos transportes públicos, hospitais, UBS, UPAs, prontos socorros, clínicas e afins. Assim como, é prudente o uso em situações onde nos encontramos gripados, resfriados, com a alergia atacada ou outros sintomas que fogem ao costume.

De uma forma ou de outra, a conjuntura atual e os planos do governo na liberação de festivais, shows, carnaval e eventos maiores, se chocam à liberação do uso obrigatório de máscara. Muita gente contesta, inclusive especialistas, epidemiologistas e outros profissionais da saúde. Eles acreditam ser muito precoce ainda no Brasil.

A opinião pública também diverge. Não existe um consenso. De qualquer forma, acredito que se não fosse seguro, não seria liberado. Isso porque o governo de São Paulo liderou, em todo o período de pandemia, os cuidados necessários para combate ao vírus, sendo rigoroso e muito criticado por diversas vezes.

Ao mesmo tempo em que desejo crer nisso, sinto receio. Algo que todos nós queríamos, concretizado e agora a dúvida assolando. Alguns se libertaram dela muito antes. Um perigo!

No meu caso, acho que ainda levarei um tempo para me desapegar. Afinal, foram muitos meses na companhia dela.

Espero que sigamos tomando boas decisões e nos protegendo da maneira que for. Não dá pra se descuidar completamente ainda. Então, siga lavando bem as mãos, usando álcool e gel e se protegendo como puder!

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