sábado, 21 dezembro 2024

O silêncio é benéfico

Por Marcos Barbosa

Como é ruim ser mal interpretado. Existem pessoas que não precisamos de maiores explicações, já sabemos seu posicionamento e temos certeza de que aquilo partiu positivamente. Será mesmo? Ao interpretar, dependendo do dia, pode ser que o conteúdo dito seja levado para outro lado. Sentimento é uma coisa traiçoeira, mas não deveria se sobressair à representação que temos sobre o outro, afinal, se houve abertura, se houve mostra das reais intenções, não deveríamos ter de dar explicações complementares. Resolvem se apegar a recortes de falas, pinçar palavras e tirar tudo do contexto. Se conhecesse tão bem o outro não se permitiria pensar assim.

No fundo, a verdade é que a prioridade é a fofoca, o falar mal do outro e não o que o outro realmente significa pra você. Num movimento como este, a traição fica exposta, e espelho quebrado não há conserto.

Nossas convicções devem sempre sobressair. Opiniões mudam, até porque a vida está em movimento, e ter uma opinião sobre algo que você não vivenciou é diferente também de estar inserido na questão.

Embora te pegue em algum lugar, se você conhece tão bem o outro, alguns julgamentos não cabem. Mas você permite o fazer para afirmar em si uma falsa dor.

Tolice total! Minamos assim amizades e parcerias promissoras. Trocas que não acontecerão, por capricho ou olhar torto. Talvez caiba, em situação futura, o silêncio. É bem como quando você faz parte, por um longo período, da vida de alguém. Compartilha sentimentos, momentos importantes, torce pelo outro, e em uma comemoração especial, é deixado de fora. E aí você nota que o valor e a importância que você depositou sobre o outro nunca foi recíproca. Você se enganou!

O tempo todo as pessoas ressoam por aí sobre gratidão e positividade, quando no fundo são rasas e não estão preparadas para ir além disso. Oferecem o bem sob seletividade, e esquecem que a vida é sobre ser bom e praticar o bem, e não estar ativamente praticando e por seleção.

Cabe rever os conceitos. Nossos julgamentos dizem muito mais sobre quem somos do que realmente sobre o outro. É cansativo ter que lidar o tempo todo com situações assim.

Talvez seja mais vantajoso o silêncio mesmo. Ser blasé, ter opiniões comuns e se permitir falar somente em ambientes seguros e à pessoas de confiança.

Vale mais a você o que o outro representa ou o julgamento errôneo sobre ele? Outro ponto que me incomoda muito é sobre aquele pensamento retrógrado sobre o que vão pensar ao meu respeito sobre as mais diversas circunstâncias.

Pode parecer meio arrogante o pensamento de que ‘sou responsável pelo o que digo e não pelo o que interpretam’, mas é a mais pura verdade.

Se algo não ficou bem explicado, é importante que o outro venha tratar com você e não levar à terceiros. Tenho total consciência sobre o que sai da minha boca e estou aberto a qualquer um que queira entender melhor. Agora, conspirar contra, não dá!

Talvez o melhor remédio continue sendo o silêncio. 

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