Creio que todos os seres humanos, inclusive este que lhes escreve, anseia viver no melhor dos mundos, ou seja, ansiamos por um lugar ou uma situação na qual não tenhamos de frustrar e nem ser frustrados.
Algumas pessoas querem ganhar, mas gostariam de não ter de lidar com a tristeza ou desapontamento de quem perdeu, especialmente se este alguém que perdeu for conhecido ou próximo. Num casamento, geralmente quem decepciona não quer lidar com a decepção do outro.
Enfim, em algum momento da vida acreditamos que é possível viver num mundo perfeito, onde nossos desejos e escolhas não deveriam afetar as pessoas, onde todo mundo fosse compreensivo com a gente, especialmente os da nossa casa. Mas, então, pra nossa inconformidade, a realidade puxa nossos pés para o chão e, assim, sem anestesia, caímos em si (os que caem, né?) e percebemos que temos sempre de fazer uma escolha em relação a frustração: ou nós ou o outro.
Porém, o mais complicado dessa escolha é compreender que é normal frustrar ou nos frustrarmos. Isso não tem a ver com maldade, é apenas uma escolha. O problema é que, ao longo da vida, nos foi embutido na mente que fazer escolhas nas quais sejamos prioridade é pecado, pois devemos priorizar o próximo.
Contudo, o mandamento bíblico diz que devemos “amar o próximo como a nós mesmos”, isto implica em considerarmos o respeito e amor próprios.
Optar por nós mesmos como prioridade em nossas escolhas, é a expressão mais saudável da fé cristã. Não há como amar o próximo sem que antes nos amemos, quando agimos assim, adoecemos emocionalmente e distorcemos a instrução de Jesus.
Então, não dá pra vivermos no melhor de dois mundos, mas podemos fazer escolhas que sejam mais saudáveis tanto pra nós quanto pra quem se relaciona conosco.
A vida está aí, se realizando a cada dia. Precisamos de saúde para vivermo-la da melhor, e mais saudável, maneira que nos for possível.