Um conhecido meu disse, em uma roda de conversa, que tinha “vendido” seu voto por R$ 200,00. Que o candidato a vereador tinha lhe dado o dinheiro e que votaria na tal pessoa.
Mesmo sob protestos dos companheiros, ele disse que tanto fazia votar em um como em outro e que era melhor levar os 200 agora do que votar e ganhar nada.
Depois que os ânimos se acalmaram, perguntei a ele se conhecia a pessoa que fizera o pagamento.
Ele disse que o tal era vereador e tentava ser reeleito.
Então perguntei quais eram os projetos apresentados pelo dito. Ele não sabia e disse que não importava.
Peguei o celular e numa rápida pesquisa pelo Google acessamos a página da Câmara de Vereadores e abrimos. Nenhum projeto relevante (apenas os costumeiros, nomes de ruas, Honra ao Mérito, Cidadania a quem nem sabíamos quem). Uns requerimentos e indicações.
Opa! Votou alguns projetos. Todos apresentados pelo prefeito.
Aumento de Taxa de Serviços Funcionários, ITBI, IPTU, taxa de limpeza urbana.
Todos para aumentar os custos. Na hora, todos foram se posicionando e analisando que os custos das taxas municipais estavam altos e os serviços, cada vez piores.
Meu amigo ficou sem chão. Tentou argumentar e viu que os R$ 200,00 seriam insuficientes para os custos propostos pelo prefeito. Relembrou dos quatro anos anteriores. IPTU baixo, taxas funerárias bem baixas e o preço da água e esgoto pequeno. Também lembrou que o prefeito anterior não cobrava por emitir novas guias na prefeitura.
Depois de analisar que estava agindo contra ele mesmo e seus vizinhos, aceitando suborno barato em troca de benesses de um desocupado que trabalhava contra os próprios eleitores, disse que iria procurar o candidato à reeleição e devolver o dinheiro.
Ter a consciência livre de escolher o menos corrupto para representá-lo não teria preço algum.
Se todos nós tivéssemos esta consciência nossas cidades, nosso Estado ou País seria o melhor dentre tantas nações.
Escrito por: Gregório José | Radialista, jornalista e filósofo