quinta-feira, 27 março 2025

Sucesso por mérito ou pelo estudo?

Será que a ascensão econômica ou social é exclusivamente fruto do nosso próprio esforço ou será que algumas pessoas já disparam na frente nessa corrida até o topo da pirâmide social? 

Como avaliar e entender a meritocracia e desigualdade social? O que esses dois conceitos podem dizer sobre a sociedade si e qual sua relação entre eles? 

Trabalho desde os nove anos. Primeiro para ajudar no rendimento familiar, pai, mãe e cinco filhos. Década de 70, final. Depois vieram os anos 80 e nada mudou. Todo ano era a mesma promessa: buscar emprego melhor, estudar, fazer dieta, praticar esportes e sonhar. Sim! Sonhar em ficar rico. A cada nova loteria, era um pouco menos de dinheiro no bolso até que descobri que não adianta ficar jogando e jogando. Perco dinheiro e não ganho nada. 

Por outro lado, pessoas menos estudadas que eu vinham se dando bem, mesmo trabalhando menos e se divertindo mais. 

Uma amiga namorava o filho de um político e conquistou emprego na prefeitura. Pronto, se deu bem. Trabalhava pouco e ganhava muito. 

Outro colega de escola tinha um padrinho, político. Arrumou emprego numa empresa que acabara de chegar ao município com benesses governamentais (impostos, prazos, etc, etc). Se deu bem. 

Eu ainda labutava todo dia, dia após dia. Nada de sair do mesmo lugar. Entrava ano e saía ano e a mesma expectativa. 

Qual o mérito em ter padrinhos e ser apadrinhado? Onde a justiça prevalece? 

Será que é possível chegar longe financeiramente sem ter estudos e morar longe, em bairro pobre, sem infraestrutura? Definitivamente, não! 

Apenas os apaniguados da política alcançarão estas benesses, mas, infelizmente, vendendo suas almas. Aceitando suborno, sendo corrompidos, entrando no mundo do vício desprezível. 

Se olhar fixamente no espelho, essas pessoas, homens e mulheres que se vendem em detrimento de uma sociedade. Políticos corruptos, os empresários corruptores, os dois se entrelaçam e se fundem para roubar o povo. Chega! Basta. 

O mérito está na educação. Isso mesmo, desde a tenra idade. Pelo menos é a conclusão a qual cheguei. É através da educação que poderia alcançar algo melhor. 

Enfiei a cara nos livros. Fiz uma graduação e busco uma pós. 

Mas isso cá nos meus 56 anos. Como a expectativa de vida aumenta a cada ano, a esperança é que esse dia chegue. 

Enquanto isto, faço uma pós. 

 

Escrito por: Gregório José | Radialista, jornalista e filósofo 

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