Por Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
Frequentemente fazemos algumas reflexões baseadas em hipóteses. Como seria a minha vida se, lá atrás, eu tivesse tomado tal decisão? Onde eu estaria hoje se trilhasse tal caminho? São reflexões hipotéticas. Nada mais do que isso. Mas, não deixa de ser interessante.
Ontem, 10 de março, uma data geralmente passa desapercebida. Eu gosto de lembrá-la. Já fiz isso em outros textos. Volto a fazê-lo aqui. Em 10 de março de 1557 foi celebrado o primeiro culto protestante das Américas. O acontecido remonta à pequena presença francesa na Baía de Guanabara. Em nossos livros de história do Brasil é assunto tratado em notas de rodapé, mas aconteceu. A “invasão francesa” foi uma experiência curta e fracassada, sob a liderança de Nicolas Durand de Villegaignon, que solicitou à Genebra, na Suíça, o envio de franceses para auxílio de sua expedição. Os huguenotes, como ficaram conhecidos, são enviados. Saem de Genebra em 10 de setembro de 1556 e chegam em 07 de março de 1557 e, no dia 10, sob a liderança de Pr. Richier, celebram o primeiro culto de vertente reformada das Américas. Por questões religiosas, a expedição não deu certo. A ebulição religiosa que vinha acontecendo na Europa foi transportada para o forte no Rio de Janeiro, que ainda não existia como cidade. Em 04 de janeiro de 1558, depois de muito tumulto, o navio Jacques retorna à França levando boa leva de franceses. Ainda na costa brasileira, retornam ao continente cinco franceses: Pierre Bourdon, Jean du Bourdel, Matthieu Vernewil, André La Fon e Jacques Le Balleur. Destes cinco, três são executados por Villegaignon em 10 de fevereiro de 1558, pondo fim à presença protestante na Baía de Guanabara. Depois, todos os franceses seriam expulsos pelos portugueses.
A outra tentativa de se implantar o evangelho de vertente protestante no Brasil só viria no século XVII, com os holandeses, principalmente em Pernambuco, Maranhão e Pará, entre 1636 a 1649. Depois, vieram os portugueses … e você sabe o final da história.
Como seria o Brasil hoje se essas tentativas lograssem êxito? Seria diferente? Eu, pessoalmente, creio que sim. Mas, como disse no início, é apenas uma reflexão hipotética…
É isso!