sexta-feira, 3 maio 2024
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Delegacias da Mulher identificam 96% dos autores de feminicídio em 2023

Dados levantados pela Polícia Civil mostram o trabalho especializado de investigação feito pelas DDMs
Por
Ana Flávia Defavari
Foto: Divulgação

O Governo do Estado de São Paulo divulgou um levantamento feito pela Polícia Civil sobre o trabalho realizado nas Delegacias da Mulher na identificação de autores em casos de feminicídio. Dos 221 crimes cometidos em 2023 no estado, a Polícia Civil conseguiu identificar 214 autores de feminicídios, ou seja, 96% do total de casos. Dos 221 crimes, 101 suspeitos foram presos em flagrante e os demais indiciados nas investigações. Apenas sete casos possuem autoria desconhecida.

Durante o levantamento realizado, foi notado que do total de feminicídios registrados no ano passado, apenas 63 dos casos eram de vítimas que já haviam registrado ocorrências contra os agressores. “Nosso desejo é que esses crimes não ocorram. Mas, uma vez registrados, nosso dever é fornecer uma resposta rápida e eficaz à sociedade para identificar e colocar esses criminosos atrás das grades. No estado de São Paulo, agressores de mulheres não ficarão impunes”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Ele complementa que está sendo investindo ainda mais em tecnologia e na ampliação das equipes especializadas “para dar todo o suporte às vítimas desses covardes”. Para a delegada Jamila Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, os dados são mais um alerta às autoridades visto que a violência ocorre dentro de um ciclo muitas vezes constante e repetitivo em casos conjugais.

“Infelizmente, por algum motivo, essa mulher não sabia ou tinha medo, ou vergonha, ou achou que nada iria acontecer e não procurou a polícia”, observou. Jamila ainda destaca que os dados servem como um indicador de que é preciso continuar a incentivar as mulheres a registrarem as ocorrências “ao menor e primeiro sinal de violência, mesmo que seja um xingamento ou ameaça. Desse modo, a polícia poderá agir, seja com um pedido de medida protetiva ou mesmo a prisão do agressor”, disse.

É visto que fatores como medo e vergonha são os principais motivos que levam a vítima a não buscar apoio ou denunciar o agressor. “Além de machucar fisicamente, também traz uma violência psicológica muito grande, fazendo com que a mulher não procure ajuda”, explicou Jamila. A delegada explica que o aumento das notificações indica que as vítimas estão sentindo confiança para buscar socorro.

Proteção integrada

A Rede TODODIA recentemente noticiou o lançamento do Painel Ligue 180 que disponibiliza uma base de dados online de 2.576 serviços que compõem a rede de atendimento às mulheres em situação de violência no país. Você pode ler essa matéria completa aqui.

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