quinta-feira, 11 dezembro 2025
INVESTIGAÇÃO

Exame de DNA confirma sangue de vítima de feminicídio na casa de acusado em Sumaré

Instituto de Criminalística identifica vestígios em vários cômodos; investigação aponta indícios de tortura e estupro antes da morte da vítima
Por
Cristiani Azanha

O exame de DNA realizado pelo IC (Instituto de Criminalística) na residência de Marcelo Antônio de Paula Syrio, de 50 anos, no Jardim Minesota, em Sumaré, confirmou a presença de sangue de Marilza Machado de Oliveira, de 53 anos, vítima de feminicídio. O laudo, concluído na terça-feira (9), identificou vestígios nas paredes da cozinha, banheiro, quarto e no colchão do imóvel, detectados com luminol, substância capaz de revelar sangue mesmo após limpeza. Uma corda semelhante à encontrada amarrada ao corpo da vítima também estava na casa do acusado.

Crime e investigação
O corpo de Marilza foi localizado em 17 de março às margens do Ribeirão Quilombo, a cerca de 100 metros da casa de Marcelo, após permanecer desaparecida por mais de uma semana. A vítima estava com os cabelos raspados, sem roupas e com mãos e pernas amarradas. As apurações conduzidas pelo delegado Bruno Ramaldes Puppim indicaram que Marilza esteve em um bar na noite do crime. Uma testemunha sob proteção relatou ter ouvido gritos de uma mulher na residência do acusado naquela data, mencionando que a vítima teria permanecido ali sob tortura por vários dias.

O delegado afirmou que relatos de moradores apontaram comportamento reiterado do suspeito em atrair mulheres vulneráveis para sua casa. Segundo Puppim, populares também mencionaram que Marcelo teria sido agredido por criminosos após abusar de outra mulher em situação semelhante, mas a informação não foi confirmada, já que não foi localizado registro oficial desse episódio.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público descreve fortes indícios de que Marilza foi torturada e estuprada, submetida a agressões intensas e obrigada, inclusive, a engolir o próprio vômito. Ela estava despida e com os braços amarrados para trás.

Laudo confirma presença de sangue de Marilza Machado na casa de acusado em Sumaré. Foto: Reprodução

Homenagem à vítima
O filho de Marilza, o músico Nelson Rodrigues Júnior, conhecido como Dela Sol, lamentou a morte da mãe e afirmou que não conseguiu apresentar a ela uma música composta em sua homenagem. Marilza havia saído da casa onde vivia com o companheiro no Jardim Minesota e não foi mais vista.

Acusação e histórico criminal do suspeito
Marcelo Syrio foi inicialmente detido por receptação após ser encontrado com a carteira roubada de outra vítima durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Depois, teve a prisão decretada pela morte de Marilza. Ele possui histórico criminal que inclui 15 anos de prisão por extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas, cinco ocorrências de roubo, além de violência doméstica e ameaça. O Ministério Público o denunciou por feminicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.

Posicionamento da defesa
O advogado do acusado, Eduardo Galdino Silva, afirmou que pretende demonstrar a inocência de seu cliente, que nega envolvimento no crime. “Meu cliente disse que não teve nenhum contato próximo com a Marilza, iremos seguir de acordo com a sua versão sobre o caso”, declarou o defensor.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também