O homem assassinado com cerca de 20 disparos na Rua Geraldo Teixeira Lopes, no Jardim Campos Verdes, em Hortolândia, na tarde de domingo (28), foi identificado como Weverton Lucas de Andrade, 28 anos. Trata-se de um dos três adultos condenados pelo assassinato, em setembro de 2027, do policial militar de folga João Eduardo Prado, então com 36 anos. Os dois crimes ocorreram no mesmo bairro, com intervalo de 8 anos.
A Polícia Civil de Hortolândia investiga a morte de Weverton, que cumpria pena de 13 anos e 4 meses pelo homicídio do PM no CCP (Centro de Progressão Penitenciária) de Porto Feliz. O óbito foi constatado pelo Samu e o corpo encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico. Weverton havia sido beneficiado no dia 23 pela saída temporária de Natal do sistema prisional paulista.
Relembre o assassinato do policial
O PM João Eduardo Prado estava em adega na Rua Pedro Pereira dos Santos, também no Jardim Campos Verdes, na tarde de 4 de setembro de 2017, quando três homens chegaram em VW Gol roxo.
Um dos homens, Weverton (então com 20 anos), desceu do carro, entrou no local e disparou várias vezes contra o policial com pistola calibre .40. O PM reagiu, mas foi alvejado e morreu no Hospital Municipal Mario Covas. Uma vizinha da adega foi atingida de raspão na perna.
Nos momentos após o crime, três suspeitos foram presos pela PM em Hortolândia, um deles menor de idade. A motivação seria a atuação do policial contra o tráfico de drogas no bairro.
Assassino fugiu para o Ceará
Weverton fugiu para o Nordeste e foi preso em 30 de novembro de 2017 no Ceará, por denúncia anônima de porte de arma. A PM cearense recebeu informação de que um homem se intitulando “matador de polícia” estava em residência em Ararendá (CE).
Ao avistar os policiais, Weverton pulou muro e se escondeu em caixa d’água, sem sucesso. Ele resistiu à prisão, mas foi contido. A pistola com numeração raspada foi encontrada na casa vizinha, em saco plástico enterrado no quintal, sob cuidados de adolescente de 17 anos.
Na Delegacia de Novas Russas (CE), Weverton confessou que a arma era a mesma usada no homicídio do PM em Hortolândia.
Criminoso já havia sido condenado
Na ocasião, Weverton possuía dois mandados de prisão expedidos pela Justiça de São Paulo por outros crimes, incluindo roubo do ano anterior. No Dia dos Pais de 2017, ele não retornou de saída temporária e, três semanas depois, cometeu o crime contra o PM.
Em depoimento, revelou estar no Ceará há dois meses, após conhecer mulher pela internet, com quem dividia casa em Ararendá. Transferido para São Paulo, foi julgado e condenado em 2019 pela morte do PM, além de condenação no Ceará por porte de arma restrita. Progrediu ao semiaberto em agosto de 2024.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso foi registrado na Delegacia de Hortolândia, com investigações em andamento para esclarecer as circunstâncias e identificar responsáveis pelo assassinato de Weverton.
