A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura a morte de Rafael Emídio da Silva, de 39 anos, no dia 19 de agosto do ano passado, e indiciou o vereador de Sumaré Sirineu Araújo por homicídio qualificado com recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O parlamentar alega legítima defesa.
O inquérito foi finalizado pelo delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, Lucio Antonio Petrocelli, e encaminhado nesta segunda-feira (11) ao Tribunal de Justiça (TJ), onde será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se aceita ou não o relatório da Polícia Civil.
Segundo o delegado, os elementos colhidos durante a investigação são suficientes para que o vereador seja processado. “Esta autoridade policial, considerando todos os elementos informativos coligidos neste inquérito policial, restou convencida quanto aos indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva, determinado o formal indiciamento do investigado”, afirmou Petrocelli na conclusão do inquérito.
OUTRO LADO
O advogado de defesa do vereador, Alexandre Sanches Cunha, informou que seu cliente vai continuar cooperando com a justiça para provar que agiu em legítima defesa.
“O empresário Sirineu Araújo registrou boletins de ocorrência para que sejam investigados os ataques e assaltos que suas padarias e escritório sofreram. As ocorrências registradas foram ataque com arma de fogo a uma das padarias e três assaltos consecutivos na mesma semana e outras duas padarias, além de vandalismo no escritório político do também vereador”, disse o advogado.
Ele ainda afirma que “ainda é prematuro afirmar se esses ataques se tratam de retaliações de organizações criminosas ou perseguição política”.
O CRIME
Rafael Emídio da Silva, de 39 anos, foi morto após atropelado por uma camionete do vereador Sirineu Araújo no dia 19 de setembro, no bairro Jardim dos Ipês, em Sumaré. Antes de ser atropelado, ele foi alvejado com 9 tiros e um de raspão, segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal).
Sirineu confessou em depoimento à Policia Civil que matou o homem, alegando ter sido ameaçado de morte pela vítima. Ao chegar no local do crime, os policiais militares já encontraram Rafael morto e deitado de bruços na calçada.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem tinha uma extensa ficha criminal. E apurações revelam também que ele estava há cerca de uma semana em liberdade condicional na época do homicídio.