
A Polícia Civil de São Paulo prendeu 11 pessoas nesta quinta-feira (16) durante a operação Conexões Ocultas, realizada na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital. A ação, conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), teve como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em crimes de roubo, latrocínio e receptação.
Quadrilha ligada a outros crimes
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, os suspeitos presos possuem ligação direta ou indireta com outros grupos criminosos que participaram de assaltos e homicídios. Entre os casos investigados está o latrocínio do delegado Josenildo Belarmino de Moura, ocorrido em janeiro deste ano.
Dois dos presos nesta operação foram identificados como receptadores de um celular roubado pelos autores do crime. Quatro pessoas já haviam sido detidas anteriormente, incluindo o atirador.
‘Mainha do crime’ e o elo entre os criminosos
Entre as prisões, está a de uma mulher conhecida como “mainha do crime”, apontada como financiadora de roubos na capital. De acordo com a investigação, ela fornecia armas aos assaltantes, comprava produtos roubados e intermediava a revenda de celulares, joias e alianças, funcionando como elo entre os executores e os receptadores.
“O nome Conexões Ocultas representa exatamente essa rede de relações que se revelou com as investigações. É uma grande corrente com vários elos, e nosso objetivo é rompê-la para interromper o ciclo criminoso”, afirmou o diretor do Deic, Ronaldo Sayeg.
Esquema e antecedentes
Sayeg explicou que o esquema funcionava em etapas: após os roubos, os produtos eram entregues a um intermediário que repassava o material aos receptadores, responsáveis por colocá-lo novamente no mercado, inclusive fora do país.
Os crimes eram articulados dentro da comunidade de Paraisópolis. Em maio deste ano, o principal negociador de joias roubadas ligado à “mainha do crime” já havia sido preso durante a Operação Ouro Reverso. Ele atuava como “flecha”, recebendo as joias e revendendo-as rapidamente no centro da cidade para manter o fluxo financeiro da quadrilha.
Mandados e resultado da operação
Ao todo, a operação Conexões Ocultas cumpriu 42 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão, sendo quatro em unidades prisionais. Durante as diligências, duas motocicletas foram apreendidas, uma delas roubada e suspeita de ter sido usada nos crimes.
Em um dos endereços, um investigado atirou contra os policiais e acabou morto após troca de tiros. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso. Segundo o Deic, o homem já tinha passagens por roubo e atuava no fornecimento de armas e receptação dentro do grupo comandado pela “mainha do crime”.