terça-feira, 9 dezembro 2025
OPERAÇÃO AZIMUT

Polícia Civil prende oito em Campinas, Hortolândia e São Paulo em ação contra fraudes online de até R$ 6,8 bi

Ação visa desarticular quadrilha que promove fraudes financeiras, transferências bancárias irregulares e lavagem de dinheiro
Por
Vagner Salustiano
Ação desta terça-feira mobilizou 40 policiais em três cidades. Foto: Polícia Civil de SP

A Polícia Civil de São Paulo prendeu oito pessoas nesta terça-feira (9) durante a Operação Azimut, deflagrada pela 2ª Delegacia de Crimes Cibernéticos (DCCiber) e que mobilizou mais de 40 policiais. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Hortolândia e São Paulo. Em Campinas, dois investigados foram detidos.

A ação mira uma organização criminosa suspeita de fraudes contra instituições financeiras, realização de transferências bancárias irregulares e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Civil, nos últimos dois anos o grupo teria movimentado mais de R$ 6,8 bilhões por meio de empresas e contas utilizadas para ocultar a origem dos valores.

As investigações apontam que o esquema se valia de acessos indevidos a sistemas financeiros para efetuar transferências bancárias não autorizadas, causando prejuízos milionários a empresas do setor. Os valores ilícitos, de acordo com o inquérito, eram posteriormente mascarados por meio de empresas usadas como fachada.

Material apreendido será analisado pela Polícia Civil
As diligências continuam com a análise do material recolhido nas buscas e a tentativa de localizar investigados que já são considerados foragidos.

O delegado Maicon Richard de Moraes explicou que a operação decorre de um inquérito instaurado após furto mediante fraude contra uma empresa de meios de pagamento, que registrou prejuízo superior a R$ 19 milhões. A partir dos depoimentos e da documentação colhida, a Polícia Civil identificou um esquema estruturado para praticar crimes financeiros, incluindo empréstimos fraudulentos.

Ainda segundo o delegado, um escritório de contabilidade era responsável por estruturar empresas vinculadas ao esquema. “A título de exemplo, funcionavam 15 empresas no mesmo local, demonstrando uma aparente legalidade e fragilidade dos dados colocados no ato da inscrição dessas empresas. Tem muita coisa a se investigar ainda, mas consideramos que a operação de hoje foi exitosa pra gente”, afirmou Richard.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicou que uma das empresas beneficiárias movimentou mais de R$ 6,8 bilhões em dois anos, reforçando a suspeita de lavagem de dinheiro em larga escala.

Delegacia especializada deu dicas de segurança online para correntistas. Foto: Polícia Civil de SP

Dicas de segurança contra golpes online
Para prevenir crimes virtuais, a Polícia Civil reforça orientações de segurança digital. A principal recomendação é evitar clicar em links desconhecidos ou fornecidos por remetentes duvidosos. Em caso de dúvida, a orientação é contatar diretamente a instituição responsável para checar a veracidade das informações.

Também é fundamental manter antivírus atualizado no computador, não transferir valores a desconhecidos e ativar mecanismos de segurança nos dispositivos, como senhas fortes e autenticação em dois fatores. Verificar a autenticidade de sites e aplicativos, manter softwares atualizados e desconfiar de promessas de retorno financeiro incompatíveis com o mercado são outras medidas de proteção.

Por fim, a Polícia Civil reforça a importância do registro de boletim de ocorrência — inclusive pela Delegacia Eletrônica — para auxiliar nas investigações e aumentar a possibilidade de identificação dos autores.

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