
Uma mulher de 33 anos foi presa na manhã desta terça-feira (21) em Hortolândia, durante o cumprimento de um mandado judicial. Ela é suspeita de participar da lavagem de dinheiro de uma organização criminosa envolvida com o tráfico interestadual de drogas.
A prisão foi realizada por policiais civis do Paraná, com apoio de agentes do 10º Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Polícia Militar de São Paulo, em um conjunto de apartamentos no Jardim Nova Hortolândia. Além do mandado de prisão preventiva, também foram cumpridas ordens de busca e apreensão no imóvel e no estabelecimento da suspeita, mas nada de irregular foi encontrado.
Clínica usada para lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações, a mulher morava no Paraná e teria se mudado recentemente para Hortolândia, onde abriu uma clínica de estética usada para movimentar os recursos da organização criminosa. A suspeita teria repassado cerca de R$ 200 mil ao grupo.
Ela foi levada ao Plantão Policial de Hortolândia, onde permaneceu detida à disposição da Justiça. Celulares e outros itens apreendidos foram encaminhados à Polícia Civil do Paraná, que conduz as investigações e deve utilizar o material para novas fases da operação.

Megaoperação em quatro estados
A prisão integra a segunda fase da “Operação Dom Pablo”, deflagrada em quatro estados para combater o tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A ação é coordenada pela Polícia Civil de Jacarezinho (PR) e conta com o apoio de forças de segurança estaduais e federais.
O grupo é acusado de trazer drogas da fronteira do Brasil com o Paraguai e de atuar na distribuição para cidades do norte do Paraná e outros estados, como Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo a polícia, a organização movimentou cerca de R$ 120 milhões desde 2021.
Balanço e apreensões
Ao todo, foram cumpridos 90 mandados judiciais em 11 cidades dos quatro estados, envolvendo mais de 350 agentes. A operação resultou na prisão de 42 suspeitos — 36 por mandado e seis em flagrante — e na apreensão de armas, drogas, documentos e celulares. Também foram confiscados R$ 700 mil em espécie, além de 15 veículos de luxo, avaliados em R$ 2,5 milhões, e quatro imóveis ligados ao grupo.
Segundo o delegado paranaense Amir Salmen, a nova etapa da operação reforça o foco nas ações de lavagem de dinheiro da organização. “Durante as investigações, conseguimos apurar mais elementos probatórios sobre a atuação dessa organização criminosa, nos permitindo chegar à deflagração desta segunda fase da operação com foco nos membros envolvidos diretamente com a lavagem do dinheiro do tráfico de drogas”, explicou.