domingo, 5 maio 2024
DENÚNCIA

Polícia Federal prende português suspeito de tráfico internacional de bebês

Homem registrava as crianças como seus filhos e as levava até Portugal. Caso aconteceu em Valinhos, na manhã da segunda-feira (4)
Por
Isabela Braz
Foto: Divulgação | Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (4), um homem de nacionalidade portuguesa, suspeito de tráfico internacional de bebês recém-nascidos brasileiros, no município de Valinhos.

A investigação teve início com a denúncia de que um bebê recém-nascido, havia sido abandonado pela mãe e foi registrado como filho de um homem, identificado como Marcio Mendes Rocha, de 49 anos.

O português estava na mira da Polícia Federal e do Ministério Público do Estado de São Paulo desde quarta-feira passada (29), tendo início das investigações acerca do caso feitas já no dia seguinte.

Com as suspeitas de um possível tráfico internacional de bebês, a PF identificou que em menos de um mês, o mesmo homem havia registrado outra recém-nascida, de 19 dias, no mesmo hospital como sua filha. O outro recém-nascido está ainda no hospital.

Os registros de paternidade se deram por uso de documentos falsos perante a Justiça Estadual, em juízos diferentes, acompanhados de pedidos de guarda unilateral dos bebês, o que lhe permitiria sair do país sem anuência da mãe.

Além do português, mais pessoas estão sendo investigadas, sendo expedido pela PF quatro mandados de busca pessoal e um mandado de busca e apreensão, entre as mães das crianças – uma moradora do Pará e outra de São Paulo –, duas advogadas do escritório de advocacia em Itatiba e uma mulher suspeita de auxiliar Marcio Mendes, intermediando o contato entre as mães e o criminoso.

Em Itatiba, segundo a PF, os policiais apreenderam cerca de 20 mil dólares e 6 mil euros em um escritório de advocacia responsável por apresentar os pedidos de guarda dos bebês.

Pelos delitos apurados até o momento, os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de crianças, registro falso, promoção de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro, entre outros delitos que poderão ser melhor definidos após a análise do material apreendido, podendo a pena ultrapassar 18 anos.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Estela Beraquet Costa, o homem alegou que essas crianças seriam adotadas por ele mesmo, pois ele era homossexual e não conseguia adotar em seu país de origem, portanto, vinha até o Brasil para realizar a adoção em seu nome.

“A gente ainda não sabe se é verdade, isso ainda está sendo apurado. Efetivamente já pedimos informações para Portugal, serão levantados esses dados, mas ainda não está confirmada essa versão dele”, diz a delegada, alegando que independente de ser verdade, ele levou de forma irregular uma criança para outro país.

Outros elementos estão sendo colhidos e celulares estão sendo investigados. A pauta ainda segue em apuração.

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