segunda-feira, 11 agosto 2025
CRIME

Saiba como uma cadela com chip ajudou a identificar acusado de feminicídio; júri será em setembro, em Americana

À TV TODODIA, a defesa do suspeito ressaltou "que o réu deve ser julgado com base em provas objetivas."
Por
Airan Prada
Alexandre Cassiano Amorim é acusado de matar Raquel da Silva Cruz em Americana. Foto: Divulgação/Polícia Civil

O júri popular do caso de feminicídio de Raquel da Silva Cruz, de 39 anos, foi marcado para o dia 24 de setembro, a partir das 10h, no Fórum de Americana.

O réu, Alexandre Cassiano Amorim, de 30 anos, foi acusado de matar a companheira em julho de 2024. O corpo foi encontrado em uma casa abandonada na Rua dos Cedros, no bairro Jardim São Paulo.

Se condenado, Alexandre pode pegar mais de 40 anos de prisão.

Prisão e acusação

Alexandre, que vivia em situação de rua, foi preso dias após a descoberta do corpo, em uma casa de acolhimento em Hortolândia.

Segundo decisão do juiz Wendell Lopes Barbosa de Souza, ele será julgado por feminicídio, motivo torpe e ocultação de cadáver.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Americana apontou que a morte foi causada por traumatismo torácico, provocado por socos no abdômen que romperam órgãos internos.

Cadela ajudou a identificar o suspeito

A investigação da Polícia Civil contou com um elemento decisivo: uma cadela encontrada ao lado do corpo, com um microchip de identificação.

À esquerda, cadelinha encontrada ao lado do corpo, no colo da vereadora de Americana Roberta Lima, logo após o crime; à direita, já segura, em foto registrada pelos novos tutotres. Fotos: Arquivo pessoal/Redes sociais

Com o apoio da ONG Cadeia para Maus-Tratos, a polícia rastreou o tutor do animal, que era o próprio Alexandre.
A cadela, que foi resgatada e adotada, era vista com frequência ao lado do acusado. Vizinhos confirmaram que ambos desapareceram após o crime.

Tentativa de ocultação

No local, os investigadores encontraram marcas de sangue no chão e uma cova rasa, o que indica que houve tentativa de ocultar o corpo.

Alexandre confessou as agressões, mas alegou que agiu motivado por uma suposta traição.

A defesa, representada pelo advogado Jean Carlos de Lima, sustenta que não há provas suficientes para responsabilizá-lo pelo homicídio.

Histórico de violência

Vítima e acusado viviam juntos há cinco anos. Pessoas próximas relataram que Raquel já havia aparecido com hematomas e foi aconselhada a registrar boletim de ocorrência, mas não o fez.

Rastreamento e prisão preventiva

A Polícia Civil localizou Alexandre após rastrear tentativas dele de conseguir passagens para outras cidades, como Campinas e Sorocaba, com a ajuda de voluntários de um projeto social.

Com mandado de prisão preventiva expedido, ele foi detido em Hortolândia e permanece preso até o julgamento.

O advogado do réu, Jean Carlos de Lima, falou com a nossa reportagem. Foto: Reprodução

À TV TODODIA, a defesa do réu disse que, “dentro do conjunto de provas admitidas pela legislação vigente, a principal alegação do Ministério Público se apoia no histórico de um relacionamento conturbado entre o réu e a vítima. Contudo, é importante destacar que não há qualquer elemento probatório concreto que vincule Alexandre ao lamentável ocorrido. Não se pode responsabilizar alguém por um fato que não cometeu, unicamente com base em desavenças passadas de natureza afetiva. A defesa reforça que o réu deve ser julgado com base em provas objetivas e não por suposições derivadas de relações pretéritas.”

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