sexta-feira, 11 julho 2025

Quadrilha de roubo de cargas é presa

Apontados como líderes de uma organização criminosa, três integrantes de uma quadrilha de roubo de cargas que agia em cinco estados de três regiões do País foram presos em Campinas e Vinhedo durante a operação Viatorem, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (10).
Um quarto alvo de Vinhedo está foragido. A quadrilha cometeu pelo menos sete assaltos nos últimos dois anos e movimentou cerca de R$ 5 milhões, informaram os delegados que comandaram as operações. Relatos das vítimas são que agiam com armamento pesado, mas armas não foram apreendidas na ação, apenas celulares, computadores e outros equipamentos que usavam para cometer os assaltos. A operação teve o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da DIG-Deic (Delegacias de Investigações Gerais e de Investigações Criminais) de Campinas.
Os nomes e idades dos envolvidos não foram divulgados. Os acusados foram presos no bairro São Domingos, em Campinas, e no Vista Alegre, em Vinhedo.
Os quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão foram cumpridos em Campinas, Cosmópolis e Vinhedo, na RMC (Região Metropolitana de Campinas), e em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O grupo criminoso é composto por marginais de São Paulo e da região Nordeste do País. Eram especialistas na prática de roubo de cargas e atuavam na Bahia, em Goiás e no Rio de Janeiro.
O delegado Rafael Lopes Azevedo, da delegacia especializada em investigação e repressão ao furto, roubo e desvio de cargas do Estado de Minas Gerais, informou que as investigações chegaram até os quatro alvos da operação na região.
Minas era um alvo comum da quadrilha, por causa da posição geográfica do Estado, que é passagem obrigatória para os demais estados do Centro-Oeste e do Nordeste. A quadrilha agia do mesmo jeito.
O bando composto por cinco a dez integrantes mantinha os motoristas em cárcere privado até a carga ser descarregada em local seguro. Os integrantes do grupo criminoso escolhiam as cargas pelo valor. Normalmente roubavam caminhões com cargas acima de R$ 500 mil.
A quadrilha tinha informação privilegiada de dentro das empresas. “Todos os casos tinham informações privilegiadas de motorista ou de funcionário de alguma empresa”, informou o delegado mineiro.
O delegado José Carlos Fernandes, do Deic de Campinas, informou que um dos envolvidos na quadrilha de Vinhedo já era investigado. Agora, as polícias dos dois estados vão compartilhar relatórios de inteligência e trocar informações para chegar aos demais integrantes da organização criminosa.
Fernandes comentou que o grupo trabalha de forma organizada e escolhia as cargas de acordo com os valores e pela maior facilidade de comercialização. Além disso, um veículo da quadrilha escoltava a carga. Em caso de abordagem policial, o motorista do caminhão roubado descia, entrava no carro de apoio e abortava o roubo.
‘BAQUE’
O coordenador geral de comunicação da PRF, Anderson Poddis, informou que a prisão desses três líderes do grupo criminoso na RMC vai “dar um baque” na organização criminosa e até mesmo contribuir com a possível desarticulação do bando, dada a importância deles na hierarquia no grupo.
Segundo Poddis, esse grupo se juntava para cometer crimes em vários estados. Poddis estima que o grupo tenha movimentado R$ 5 milhões em cargas roubadas. A expectativa dele é que os roubos de carga reduzam com as prisões efetuadas nesta quarta.
A operação foi batizada de Viatorem, que, em latim, significa viajante, em alusão ao fato de os criminosos viajarem para outras cidades para cometer os crimes e depois retornavam para suas cidades de origem. A ação é uma continuação da Operação Hot Wheels, desenvolvida em dezembro.
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