quarta-feira, 21 maio 2025
ENTREVISTA

Cafú destaca avanços na cidade e detalha instalação de campus da UFSCar

Vice-prefeito de Hortolândia afirma que compromisso da atual gestão é com planejamento de longo prazo, mirando o desenvolvimento da cidade até 2050
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Por Redação
O vice-prefeito cobrou maior articulação regional para enfrentar o problema. Foto: Paulo Vitor/TV TODODIA

Em entrevista à TV TODODIA, o vice-prefeito de Hortolândia, Cafú Cesar, detalhou o andamento das negociações para a instalação de um campus da UFSCar no município. Segundo ele, o processo ocorre em três fases e já está em tratativas com o governo federal, com expectativa de concretização nos próximos três anos. Cafú também ressaltou o compromisso da atual gestão com o planejamento de longo prazo, mirando o desenvolvimento da cidade até 2050, com foco em sustentabilidade e inovação.

Entre os desafios, ele destacou o impacto de empreendimentos nas divisas com cidades vizinhas, que sobrecarregam os serviços públicos hortolandenses. O vice-prefeito cobrou maior articulação regional para enfrentar o problema. No campo das obras, anunciou entregas importantes como viadutos, parques e melhorias na mobilidade urbana.


Confira a entrevista:

TODODIA: Cafú, o prefeito Zezé falou sobre a possibilidade da instalação de um campus da UFSCar aqui em Hortolândia. Já há alguma previsão de instalação?
CAFÚ: Vamos lá. A questão da articulação política para a vinda da UFSCar para Hortolândia — o campus da UFSCar — está em andamento. Trata-se de uma articulação junto ao governo federal. Nós ainda estamos em um momento de negociação. Essa negociação ocorre em três fases. A primeira é com o próprio governo federal, para que ele amplie os campi da Universidade Federal de São Carlos, que já estão em processo de expansão para alguns municípios. Hortolândia está entre esses municípios com potencial para essa ampliação. O segundo ponto é a busca por uma área adequada.

Sobre os projetos futuros, articulação com o governo federal, estadual e com prefeitos da região, o que o senhor pode destacar, já que estamos falando do aniversário da cidade e projetando o futuro do município?
Estamos completando 34 anos. Ontem o prefeito Zezé deu uma coletiva e colocou as prioridades do governo. É uma gestão que busca continuar avançando e se desenvolvendo com planejamento. Não podemos pensar a cidade apenas para amanhã ou para o próximo ano. Desde 2017 estamos trabalhando com um planejamento de longo prazo — uma cidade pensada 30 anos à frente. Hortolândia tem 34 anos e estamos pensando em como ela será em 2050. O que precisamos preparar hoje para a cidade de 2050? E esse planejamento não é para mim, para você ou para o prefeito, talvez nem para meu filho, mas sim para as novas gerações — para os nossos netos e aqueles que ainda virão. Desde 2017, estamos adequando a cidade às novas demandas. Naquela época, por exemplo, não se discutia tanto a questão climática. Hoje, isso é essencial. Temos que considerar a questão ambiental, tecnológica e novas tendências que surgem ano após ano. Nosso planejamento precisa ser dinâmico, atualizado constantemente. O prefeito Zezé vem cobrando isso: projetos factíveis, de médio e longo prazo, que ajudem a cidade a crescer de forma sustentável.

Sua principal função podemos dizer que é a articulação política e também dar sustentação ao prefeito aqui em Hortolândia. O que o senhor acha que já está consolidado, que já funciona bem na cidade, e qual é o principal desafio que ainda precisa de atenção e melhorias?
Temos uma cidade com ótimo diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Nos últimos oito anos, mantivemos essa boa relação. O avanço da cidade vem justamente dessa harmonia entre Executivo e Legislativo. Queremos continuar mantendo esse diálogo também com o governo do estado e o governo federal, pois Hortolândia sozinha não avança. Mas um dos grandes desafios que enfrentamos — e que precisamos encarar — é a relação com as cidades do entorno. Temos um problema grave com as divisas. Hortolândia tem cerca de 64 km², enquanto cidades vizinhas, como Monte Mor, têm quatro vezes mais (240 km²), Sumaré tem três vezes mais e assim por diante. O que acontece é que essas cidades começam a construir empreendimentos nas divisas, muito longe dos seus centros. Esses empreendimentos acabam mais próximos de nós do que dos centros dessas cidades. Veja o Jardim Rosolém, por exemplo: atrás da Chácara Jatobá é tudo Campinas. Em breve haverá um bairro do tamanho do Rosolém na nossa divisa. E esses moradores, em vez de irem até o centro de Campinas, onde é mais difícil o acesso, acabam utilizando a nossa estrutura de saúde, educação e comércio. Como vamos fazer essa interface com os municípios vizinhos? Esses empreendimentos precisam ser planejados levando em conta se haverá escola próxima, se a estrutura urbana dará conta. Aqui em Hortolândia, liberamos empreendimentos apenas após análise da mobilidade urbana, infraestrutura, água, luz, saúde e educação. Outros municípios, no entanto, estão colocando seus empreendimentos na borda das cidades e quem paga o preço somos nós. Exemplo: na UPA do Amanda, 40% dos atendimentos são de moradores de Monte Mor. No Rosolém, há uma parte significativa vindo de Campinas. Na UPA da Nova Hortolândia, temos pacientes de Sumaré. E nós é que estamos arcando com tudo isso. Esse debate precisa ser feito. Já falei com o prefeito: temos que levar esse assunto para discussão na RMC (Região Metropolitana de Campinas).

Certo, já chegando ao fim, Cafú, obras dessa gestão — da qual o senhor faz parte — que o senhor destacaria como principais feitos até agora?
Este ano, até o ano que vem, temos muitas obras para entregar. Vamos entregar o viaduto do Nova Europa — que é uma obra do Estado, mas com forte interface com a cidade —, ligando a Anhanguera e a Dom Pedro. Para isso, já fizemos nossa parte, que foi a rotatória. Vamos ligar a Panaíno — que sai do hospital — até esse viaduto. Em 15 minutos, será possível sair do hospital e estar na entrada da Anhanguera e da Dom Pedro. Também teremos a segunda entrada do Jardim Rosolém, que é fundamental para a mobilidade da cidade. Até o começo do ano que vem, vamos entregar o viaduto da Rumo, uma demanda de 40 anos que finalmente será atendida. Com isso, duplicaremos toda a Avenida Santana. Já será duplicada a partir do viaduto e continuará assim. Vamos entregar também o segundo viaduto sobre a Bandeirantes, ali onde hoje afunila após passar a UNASP sentido Amanda. Além disso, temos o Lago da Fé, um sucesso de público. Agora, no Amanda, vamos entregar uma área equivalente a seis Lagos da Fé — serão 5.800 metros de parque com lazer, esporte, atividades físicas. Estamos planejando mais seis parques, em bairros distantes, para recuperar áreas degradadas. Temos também habitação a ser entregue. Obras são muitas. Mas também é preciso olhar para as pessoas — principalmente nas divisas. À medida que Hortolândia cresce e se torna referência em qualidade de vida, a demanda de fora aumenta. E temos que discutir isso, ou enfrentaremos sobrecarga em serviços públicos.

Qual recado o senhor deixa para a população de Hortolândia?
O recado que deixo para a população de Hortolândia, do governo Zezé, com Zezé Gomes prefeito e Cafu César vice, é: podem confiar. Trabalho aqui vai ter muito, dedicação vai ter bastante. Vamos continuar trabalhando como sempre fizemos: com planejamento, responsabilidade e foco na qualidade de vida. Queremos uma cidade cada vez mais humana, sustentável, planejada, que valorize as pessoas. Estamos construindo o futuro. E ele começa agora.

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