sexta-feira, 22 novembro 2024

8,2 milhões vivem em área de risco, diz IBGE

FOLHAPRESS

SÃO PAULO

 
O país tinha cerca de 8,2 milhões de pessoas vivendo em áreas com risco de enchente ou deslizamentos de terra em 2010. É o que mostra estudo inédito feito pelo IBGE e pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
O IBGE cruzou os dados do Censo com o das áreas de risco monitoradas pelo Cemaden para quantificar a população brasileira nessas regiões. Ao todo, 871 municípios brasileiros tinham cidadãos vivendo nessas condições. A ideia é atualizar os dados no Censo de 2020.
Segundo o coordenador da área de Geografia do IBGE, Cláudio Stenner, apesar de os dados serem de oito anos atrás, as características gerais do território persistem e os resultados poderão ser utilizados para o desenvolvimento de políticas públicas futuras.
A pesquisa identificou 8.309 bairros com casas em áreas com risco de desastres provocados pelas chuvas. Um dado que preocupa, segundo Stenner, é que 9,2% dos brasileiros que vivem em áreas de risco de desastres naturais são crianças menores de 5 anos de idade. Já os idosos com mais de 60 anos respondem por 8,5% da população nessas condições.
O Sudeste é a região com maior contingente de moradores em áreas de risco, com 4,2 milhões de pessoas, seguida do Nordeste (2,9 milhões), Sul (703 mil), Norte (340 mil) e Centro-oeste (7,6 mil).
Na ranking das 20 cidades com as maiores populações em área de risco, as capitais de Bahia, São Paulo, Rio e Minas Gerais ocupam as quatro primeiras posições, respectivamente.
Em São Paulo, a segunda colocada, a população é de 674 mil pessoas, com 6% da população nessas condições. Stenner explica que em geral as populações que vivem em áreas de risco têm renda mais baixa e menor acesso a serviços públicos básicos como água encanada, rede coletora de esgoto e coleta de lixo. Isso não significa, no entanto, que não existam pessoas de padrão de vida mais elevado que vivam em locais de risco. Ainda que o Sudeste seja o que numericamente tem maior contingente de pessoas nessa situação, a análise regional mostra que as pessoas em condição mais fragilizada estão no Norte do país.

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