sexta-feira, 19 abril 2024

FGV vira alvo de operação da PF no RJ por camuflar corrupção e desvio de dinheiro

FGV é alvo da Operação Sofisma da PF; Ao menos três membros da família Simonsen, que a fundou, são investigados 

Foto: Reprodução

 A Fundação Getúlio Vargas (FGV) envolveu-se no que pode ser o maior escândalo que envolve a instituição, muito conhecida pelo nome respeitável que construiu desde sua fundação há 70 anos.

Ao menos três membros da família Simonsen, que são as fundadoras, entraram na mira da Operação Sofisma, da Polícia Federal (PF), deflagrada nessa quinta-feira (17). As investigações apontam que uma organização criminosa supostamente operou dentro da FGV um esquema de corrupção, fraude a licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, as informações são do Yahoo Notícias.

Cerca de cem policiais cumpriram 29 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro – incluindo na sede da Fundação na capital carioca, em Botafogo. Entre os alvos das buscas estão Ricardo Simonsen, MariaI Inês Norbert Simonsen e Rafael Norbert Simonsen. O presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, não foi citado.
Um dos investigados foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo, mas seu nome não foi divulgado.

Entenda a Operação


As investigações tiveram início em 2019, quando Carlos Miranda, braço direito do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, fez uma delação premiada. Na época, ele disse a promotores que “a cúpula da FGV usava a fundação para desviar dinheiro público”.
A PF, então, apurou informações que apontavam que a FGV servia de “biombo legal” ao fabricar pareceres e estudos para esconder desvio em contratos públicos e pagamento de propinas para agentes públicos.
Em nota, a PF informou que “a entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”.
Após o recebimento de quantias milionárias para emitir tais pareceres, o dinheiro era repassado para executivos da FGV que ocupavam altos postos. Eles ‘lavavam’ o dinheiro não só com empresas de fachada, como também com offshores em paraísos fiscais, como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas – o que indica evasão de divisa e ilícitos fiscais.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. A Justiça também emitiu ordens de sequestro e cautelares restritivas. As penas dos investigados podem chegar a 90 anos de prisão.
A PF ainda explica que o nome da Operação Sofisma foi dado em referência à figura grega dos sofistas, filósofos que, “através da argumentação, transvestiam de veracidade informações que sabiam ser falsas, com a intenção de manipular a população”.

FGV disse que operação da PF não afetará administração dos concursos

A Fundação Getulio Vargas (FGV) emitiu comunicado afirmando que a ação da Polícia Federal, realizada na quinta-feira (17), para investigar o suposto esquema de fraude, não afetaria os concursos que a instituição administrava. “Todas as atividades da instituição estão ocorrendo naturalmente”, afirmou a entidade.

Entre os concursos em que a FGV organiza está o da Receita Federal, cujo o edital está próximo de ser lançado até o dia 10 de dezembro, com a oferta de 699 vagas para o cargo de fiscal fiscal (230 vagas) e analista tributário (469 vagas). O prazo é definido pela resolução SEDGG/ME nº 5.348, que permite novos certames.

A Fundação também administra o concurso do Senado Federal, com 1.014 vagas, sendo 22 vagas imediatas e 992 suplentes, que as provas foram aplicadas no dia 6 de novembro em todas as capitais. 

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