sexta-feira, 26 abril 2024
POLÍTICA

Narrativas

Por Ailton Gonçalves Dias Filho, pastor presbiteriano
Por
Ailton Gonçalves Dias Filho

Pegou mal para o presidente da República a recepção feita ao presidente da Venezuela. Foi, de fato, uma tremenda bola fora. Aliás, quando se trata de política internacional, nosso presidente anda muito mal assessorado e sempre mete os pés pelas mãos. A visita do presidente venezuelano é o exemplo mais recente.

O caso venezuelano não é uma questão de meras narrativas. A última eleição naquele país foi objeto de sérios questionamentos. É sabido que o atual presidente mandou prender dois de seus principais opositores, prejudicando o pleito presidencial. Resultado foi que boa parte do mundo não reconhece como legítima a eleição venezuelana. E, o mais catastrófico, sobrou para a população. Fome, miséria e desemprego crescendo num ritmo desolador. Segundo a ONU, mais de 7 milhões de venezuelanos emigraram para os países vizinhos. Aqui em Americana nós sentimos o impacto deste movimento migratório. Não é raro encontrar nos semáforos da cidade um venezuelano carregando um cartaz em busca de alimentos ou de qualquer forma de ajuda. Isto é real. Alguém precisa orientar melhor o presidente brasileiro.

O país precisa deixar claro que a democracia que queremos para nós, queremos também para outros países. Quero democracia para o Brasil, mas também quero para a Venezuela, para Cuba, para a Coreia do Norte, para a China, entre outros.

Da visita em si, a única coisa boa é a aproximação com nossos vizinhos. A Venezuela é um país vizinho, amigo e que faz fronteira com o Brasil. Não faz sentido cortar as relações. Mas, o presidente venezuelano poderia ter ouvido algumas verdades que o nosso preferiu não falar e inventar essa história, sem sentido algum, de que são narrativas. Não são. A realidade da Venezuela pode ser percebida em inúmeras cidades brasileiras. Os dois governos passarão. São temporários. Os países não. Eles continuarão sendo vizinhos e fronteiriços. É bom deixar uma estrada pavimentada entre os dois. Até porque o Brasil é credor da Venezuela e os brasileiros esperam que o Estado Brasileiro não saia no prejuízo.

Não é a primeira vez que o presidente brasileiro mete os pés pelas mãos quando se trata de política internacional. É só ouvir seus pronunciamentos sobre Ucrânia e Rússia. Confusos. Sem sentido e carente de retificações.

É isto!

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