quinta-feira, 25 abril 2024

General comandará Esportes

O general da reserva Marco Aurelio Costa Vieira terá pela frente o duro desafio de transformar o Ministério do Esporte (ME) em uma secretaria subordinada ao Ministério da Cidadania, chefiado por Osmar Terra, que o nomeou para o cargo ontem.

Formado na Escola de Educação Física do Exército, Marco Aurelio tem ligação com pessoas importantes do futuro governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Ele, inclusive, já trabalha na equipe de transição.

Não é a primeira vez que um ex-militar assume um alto cargo no esporte brasileiro. O major Sylvio de Magalhães Padilha (1909-2002) foi presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) de 1963 a 1988.

O ME foi criado em 1995 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, com status de ministério extraordinário. Antes disso, existiram diversas secretarias (a primeira em 1937) que cuidavam da política esportiva brasileira, quase sempre subordinadas ao Ministério da Educação.

Em 1998, o ministério extraordinário se tornou-se Ministério do Esporte e Turismo. Em janeiro de 2003, durante o primeiro governo Lula, a pasta foi dividida em duas.

Marco Aurelio cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) na mesma época que o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, mas em turmas diferentes.

Assim como o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional e conselheiro de Bolsonaro, general Heleno, Marco Aurelio também é “calção preto”, jargão militar para os formados em Educação Física pelo Exército.

Conhecido como uma pessoa “boa de papo”, Marco Aurelio é elogiado pelo atual vice-presidente do COB, Marco La Porta, por ser “sério, competente e importante” nas tarefas que lhe são atribuídas.

Ricardo Leyser, que foi secretário executivo do Ministério do Esporte e chegou a ser ministro, lembra que o general “nunca deu problema” ao órgão, mas ressalva que os pormenores das atividades do comitê organizador eram de acesso restrito.

PREOCUPAÇÕES
O nome de Marco Aurelio foi recebido com surpresa por parte do setor esportivo da política brasileira, tanto no Ministério do Esporte quanto na Câmara dos Deputados.

As preocupações que rondam a nomeação do militar se dão por ele ser alguém que terá pouco poder de se contrapor a decisões do restante do Executivo para defender o esporte, por exemplo, de possíveis cortes de verba.

Marco Aurelio é elogiado por ser capaz de “botar ordem na casa”, porém não tanto por se impor como liderança.

Desde o anúncio de Osmar Terra para Cidadania, o general começou a participar de encontros com o atual ministro do Esporte, Leandro Cruz.

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