quinta-feira, 21 novembro 2024
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO

Novo Oropouche é capaz de se replicar 100 vezes mais rápido segundo estudos da Unicamp

De acordo com o estudo, este ano houve um aumento de quase 200 vezes na incidência da febre de Oropouche
Por
Felipe Gomes
De acordo com o estudo, este ano houve um aumento de quase 200 vezes na incidência da febre de Oropouche

A nova variante do vírus Oropouche foi analisada por pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e de outras instituições, tanto nacionais, quanto internacionais. Os resultados do estudo indicaram que o vírus se tornou mais agressivo, com uma capacidade de replicação superior e a habilidade de infectar indivíduos que já foram acometidos pela doença.

Conforme o estudo, publicado em formato de artigo, em versão pré-print, este ano houve um aumento de quase 200 vezes na incidência da febre do Oropouche em comparação aos casos registrados na última década. Além disso, novos casos foram identificados em todas as cinco regiões do Brasil, incluindo áreas que antes não eram consideradas endêmicas. Os dados preliminares do estudo também revelam que a nova variante possui uma capacidade de replicação até 100 vezes maior que a original e consegue evadir a resposta imunológica do corpo humano.

O vírus Oropouche é transmitido pela picada de moscas hematófagas da espécie Culicoides paraensis, popularmente conhecidas como maruim ou mosquito-pólvora. Segundo Luiz Módena, professor da Unicamp, uma das possíveis razões para o aumento dos casos é a intensificação da atividade humana em regiões florestais e os efeitos do aquecimento global. Módena também destaca que alterações no genoma do vírus podem aumentar sua capacidade de replicação, facilitando sua transmissão.

SURTO DE OROPOUCHE EM 2024

Foi confirmado no último dia 25, na Bahia, duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo

As mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes, segundo dados da Secretaria de Saúde da Bahia. A primeira morte registrada, foi de uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, foi de outra mulher de 21 anos que residia em Camamu e registrado no dia 10 de maio.

Técnicos de vigilância em saúde da Bahia informaram que os sintomas apresentados foram; início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, evoluindo rapidamente para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão.

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