Não, não vou fazer propaganda para o programa de ação social da rede Globo. Quero apenas considerar sobre algo que aconteceu na quinta-feira pela manhã, quando eu e minha filha fomos caminhando até uma farmácia próxima de casa.
Percebi que uma circunstância tão rotineira aqui no interior de São Paulo foi facilmente alterada por conta de uma criança.
Moramos numa das avenidas principais de Americana, sair com o carro da garagem ou atravessar a avenida, mesmo estando na faixa de pedestre, é algo muito arriscado, pois pouquíssimos (sendo generoso) veículos param para que o carro tenha acesso à rua ou para que transeuntes possam atravessar a avenida.
Porém, na quinta-feira, enquanto eu estava andando de mãos dadas com minha filha, o trânsito mudou: nos deparamos com motoristas mais educados, generosos, e mais pacientes.
Fiquei pensando: puxa, que bom que a infância ainda sensibiliza o coração dos adultos e faz com que se humanizem. Uma criança tem o poder de mudar a rotina de uma pessoa. Com sua singeleza e seu sorriso gratuito, pouquíssimas pessoas não se sentem tocadas por ela.
Naquele dia, aprendi muito com minha filha e fiquei ainda mais orgulhoso dela. Vi seu poder de encantar a vida. Fiquei com certa inveja, porém, invadido de felicidade.
Sempre desejo que as pessoas não se esqueçam da infância: da infância de nossas crianças e de suas próprias infâncias, quando a vida não era sobre correr pra ganhá-la, mas era sobre se divertir, sorrir e se aventurar.
Nossa rotina cruel, por vezes, nos faz atropelar pessoas ou sermos atropelados. Com minha filha, mais uma vez, aprendi sobre o poder da leveza da vida. Aprendi que não ganhamos nada com a corrida da agenda; aprendi que atravessar as ruas da vida pode ser menos perigoso quando há sinceridade no olhar, singeleza de coração e mãos dadas com o amor. De fato, as crianças são nossas esperanças de um mundo melhor.
CRIANÇA ESPERANÇA
Por Rev. André Luiz Pereira