O Civi (Centro de Integração e Valorização do Idoso) ficou conhecido como um ponto de encontro de velhos amigos, que se divertem todas as manhãs dançando, brincando, fazendo ginástica, nadando. Também é de lá que saem os ônibus que levam a turma pra comprar malha em Jacutinha, pra comer figo em Valinhos.
O centro, criado em 2006, usa as dependências de um prédio na Vila Jones, perto da Raphael Vitta, sede local do Sindicato dos Aposentados. Na mesma quadra funciona o Poupatempo.
Cerca de 800 idosos participam das atividades, ministradas por quatro monitores vinculados ao sindicato ou à prefeitura. Parceria antiga. O imóvel foi erguido pelo sindicato, em terreno que pertencia ao município.
É como se fosse um clube, na essência mantido por quem participa. Os associados pagam taxa mensal simbólica e todo mundo divide as despesas quando tem um café, um almoço, um passeio.
“A estrutura sindical nos permite, por exemplo, levar o pessoal para a colônia de férias na praia. Organizamos até bailes. Quem conhece adora”, afirma o coordenador do Civi, Fábio França. Que, aliás, mora com a família no anexo do salão e zela pelo patrimônio.
O coordenador, funcionário do sindicato, diz que a entidade tem muito planos para aprimorar as atividades com os velhinhos. O campo de bocha vai voltar à ativa, o projeto da sauna vai sair do papel. Fala-se até de uma faculdade da terceira idade.
E agora o grupo conseguiu a concessão para ocupar o imóvel nos próximos 40 anos (leia abaixo). É, muita festa ainda vai rolar.
DEPOIS DO CIVI, DORES NÃO EXISTEM
Antônio Polidoro, senhorzinho de 70 anos, é daqueles que já fez de tudo na vida. Foi lavrador, comerciante, motorista de ônibus. Achou que ia ter uma velhice difícil quando chegaram os problemas com o bico-de-papagaio. Aí o convidaram para participar do Civi.
O homem não sabe mais o que é dor nas costas. Dança, faz ginástica. “Nem lembro mais que sofro da coluna”, ri.
Dalva da Silva, de 79, vem do Zanaga todas as segundas e sextas para se divertir no Civi. Só não vem nos outros dias porque cuida dos netos. Ela adora todas as atividades, mas tem um carinho especial pela dança circular. “Eu movimento o corpo todo. Me faz sentir bem”., afirma.
E o Rosalvo José dos Santos, que também está beirando os 80, achou no Civi um programa imperdível. Servidor aposentado, conta que sai da Cidade Jardim todo dia para se divertir. “Eu fiz um montão de amigos”, resume.
‘SÃO VIDAS TRANSFORMADAS’
O professor de educação física Joseph Fattal Jr, de 54 anos, servidor público municipal, presta serviço ao Civi há dez anos.
FATTAL | Há dez anos presta serviços como professor
Apaixonado pela atividade, conta que é emocionante ver o pessoal se divertindo. “Conheci gente que parou de tomar remédio quando começou aqui. A atividade física é boa para a mente e para o corpo”, diz.
Fattal conta que o sonho dele é fazer do Civi um verdadeiro centro de desenvolvimento da excelência humana, oferecendo aos idosos cursos, palestras, capacitação.
“São vidas transformadas. Os idosos estão felizes aqui, e pode haver muitas outras atividades”.
CONCESSÃO POR MAIS 40 ANOS
O acordo para a prorrogação da concessão do prédio do Civi foi firmado no final de janeiro entre o prefeito Omar Najar (MDB) e o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, João Inocentini.
Para conseguir a nova concessão do local, o sindicato abriu mão de receber, do poder público, os R$ 548 mil gastos na reforma da área onde, desde 2016, funciona o Poupatempo.
Antes, o órgão funcionava em um edifício alugado pela prefeitura (Rua Carioba, na antiga Divasa), mas o imóvel era acanhado e não conseguia comportar os serviços propostos.
A concessão do espaço foi renovada para mais um período de 40 anos, dando à entidade de classe a condição de seguir gerindo o espaço.
BOA RELAÇÃO
Inocentini destacou a boa relação entre o órgão e a prefeitura. “Quando se tem uma parceria com gente séria, a gente resolve tudo”, disse. A prorrogação da concessão foi aprovada pela Câmara.