quinta-feira, 28 novembro 2024

Denúncia sobre mentira de argentinos foi feita mais de 40h antes do jogo

Quatro jogadores que atuam na Inglaterra teriam de fazer quarentena e não poderiam jogar contra o Brasil  

Martinez (à esquerda) e Buendia estão entre os quatro jogadores envolvidos no caso da Anvisa – Reprodução/Twitter

O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde recebeu a primeira denúncia sobre os quatro jogadores argentinos na noite de sexta-feira (3). Segundo o órgão informou em relatório ao qual a reportagem teve acesso, chegou à agência um “rumor” de descumprimento da portaria nº 655.

Na denúncia, foi informado ao órgão que os jogadores haviam desembarcado no Brasil no mesmo dia mesmo com passagem pelo Reino Unido nos últimos 14 dias, o que é proibido pela lei criada para combater o avanço da Covid-19 no Brasil.

Os quatro jogadores argentinos envolvidos na polêmica atuam em equipes inglesas e atuaram na última rodada do Premier League. Romero e Lo Celso, que jogam pelo Tottenham, ficaram no banco durante a vitória por 1 a 0 contra o Watford no dia 29 passado. Já Martínez e Buendía, dupla do Aston Villa, atuaram no empate em 1 a 1 diante do Brentford no dia anterior.

O denunciante ainda disse o órgão que os atletas omitiram a passagem pelo Reino Unido no campo “histórico de viagens”, além de que todas as declarações foram preenchidas por uma única pessoa, Fernando Ariel Batista, treinador das seleções inferiores da AFA.

Na manhã seguinte, por volta de 10h, os membros do Centro de Vigilância Epidemiológica se reuniu com a CBF para informar o ocorrido e articular a situação com a Conmebol. Nessa oportunidade, a agência recebeu os passaportes dos atletas para verificação e constatou a origem inicial como Reino Unido em um período inferior a 14 dias.

A partir daí, a Vigilância diz que notificou a AFA sobre o caso e orientou os quatro atletas a permanecerem em seus quartos, não podendo, inclusive, participar do treino na Arena Neo Química, previsto para 18h30, cumprindo o período de quarentena recomendado.

Porém, a Argentina ignorou a recomendação. A Vigilância havia dito que os mesmos não poderiam sair do hotel ate que fosse solicitado formalmente o pedido de excepcionalidade de circulação no país, que ainda seria analisado pelo Ministério da Saúde e Casa Civil.

“Destaca-se que representantes da Anvisa salientaram que o descumprimento da normativa sanitária pela seleção argentina e reincidente, e que o auto de infração seria conduzido pela Anvisa do aeroporto e a polícia federal seria comunicada”, diz o documento.

Por fim, a Anvisa diz que, com o descumprimento da orientação de não ir ao treino, a delegação argentina deveria ser autuada no hotel até que os demais órgãos competentes, como a Anvisa, Ministério da Saúde e Casa Civil, pudessem emitir um posicionamento final.

A AFA foi procurada pra comentar as informações e não respondeu até a publicação. No fim, os quatro foram abordados pela Anvisa apenas após o início de Brasil x Argentina, na Neo Química Arena. O jogo teve quatro minutos de duração até ser interrompido e todo o time argentino abandonar o campo. Depois, o confronto foi suspenso pela Conmebol.

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