sábado, 28 dezembro 2024

A idiotização da sociedade

Por Ailton Gonçalves Dias Filho 

No princípio era a palavra. O povo lia. A leitura assegurava ao povo um nível de inteligência.

Depois veio a televisão. O povo continuava a ler. Mas, aos poucos, a leitura foi sendo substituída pela televisão. A televisão percebeu seu potencial. Podia transmitir coisas boas. No início foi assim. Com o tempo foi se desfigurando e deteriorando
.
No processo de transformação da televisão teve início um outro processo. O processo de idiotização da sociedade. Talvez o ponto culminante deste processo seja o programa chamado Big Brother Brasil – BBB. A atividade televisiva é uma mentira até no nome. Não é Big. Não é Brother. Não é palavra do nosso vernáculo. E, não é do Brasil. Veio de fora. É programação importada. Creio que o BBB é o auge da idiotização da televisão e, por conseguinte, da sociedade.

O programa é oco. Totalmente vazio, desprovido de valores positivos. Não tem nada a ensinar. Nunca vi. Minha inteligência não me permite ver. Prefiro um livro. Alguém poderá objetar dizendo: “Como pode criticar algo que não viu”. Respondo: “Não preciso cheirar cocaína para saber que me faz mal”. O BBB faz mal. Ele ajuda no processo de idiotização. Fere nossa inteligência. Agride nosso bom senso.

Não é de hoje que a televisão tenta nos fazer de bobos. Sejamos mais espertos. Sejamos mais críticos. Fico boquiaberto quando vejo, ou leio, que a própria imprensa, televisiva e escrita, auxilia na divulgação do BBB. Ou seja, o vírus da idiotização é altamente transmissor. Nem a imprensa, que teoricamente deveria ser mais crítica, não escapa do processo de idiotização. Sei que estou generalizando. A generalização é sempre perigosa. Mas, creio, não dá para ficar quieto diante de tanto vazio. Meu sonho é que todos os programas que proponham a idiotização da sociedade, caso BBB, saiam do ar por uma razão simples: zero de audiência.

Acorda, Brasil! Acorda, sociedade brasileira! Exija mais qualidade naquilo que a televisão apresenta.
Assim, proponho: quando chegar a hora do programa, leia um livro. Procure um bom romance, uma boa crônica, uma boa pesquisa. Leia! A boa leitura é terapêutica. Não tem contraindicação.

Proponho, também, que o Ministério da Saúde anuncie, antes da abertura do referido programa, uma advertência em letras garrafais: “ESTE PROGRAMA CAUSA IDIOTIZAÇÃO DA SOCIEDADE”. É isso! 

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