segunda-feira, 30 setembro 2024

Menos (ou nenhum) álcool

A tendência, conhecida como NOLO (no & low ABV – nenhum e baixo teor alcoólico), teria começado no início dos anos 2010, ganhado força com a febre mundial do Gin Tônica e se consolidado em 2015 

A oferta de bebidas sem álcool ou com baixa graduação alcóolica vem aumentando nas cartas de drinques de bares e restaurantes, no Brasil e no mundo, segundo reportagens de portais especializados no mercado de bebidas.

A tendência, conhecida como NOLO (no & low ABV – nenhum e baixo teor alcoólico), teria começado no início dos anos 2010, ganhado força com a febre mundial do Gin Tônica e se consolidado com o lançamento dos primeiros spirits (destilados) sem álcool internacionais, em 2015.

Não se pode dizer, ainda, que as bebidas com nenhum e baixo teor alcóolico têm grande representação no mercado, já que respondem por uma parcela de apenas 1%, conforme o estudo “No- and Low-Alcohol Strategic Study 2021”, da IWSR Drinks Market Analysis.

Porém, uma maior oferta de bebidas específicas, relacionadas à essa tendência, vem sendo sentida e não passa desapercebida, explica a embaixadora do Bar Convent São Paulo (BCB) Carolina Oda – principal feira de destilados premium para profissionais que atuam com bebidas em bares, restaurantes, hotéis e eventos no Brasil e na América do Sul.

“A gente não tem nenhum dado percentual forte, acho que isso só por estabelecimento, porque falamos de receitas autorais, feitas dentro de cada bar. Mas com certeza dá para perceber, desde a edição do BCB em Berlim, em 2018, que tinha algumas marcas de cerveja que eram zero ou até meio a 1% (de álcool), as small beers, e os destilados não alcóolicos. Era bem perceptível e tinha mais marcas disso, em 2018”, revela.

Segundo a embaixadora da feira de destilados, o que tem crescido no Brasil são categorias de bebidas, como a Kiro Switchel, bebida não alcoólica feita com gengibre, mel, vinagre de maçã e água, ou outros produtos que não têm álcool mas são adultos.

“Isso dá para notar. E a kombutcha, muita gente colocou a bebida nesse lugar também. Agora, destilado de baixo teor alcóolico tem um da Ketel One, de vodca infusionada, com teor alcóolico mais baixo. A demanda ainda é pequena, mas é representativa. Até em cartas de cerveja que eu já fiz, a venda de cerveja não alcóolica é significativa”, ressalta Carolina Oda.

Por que?

A representante do Bar Convent São Paulo destaca alguns pontos que podem explicar essa mudança de comportamento do consumidor. “Várias pessoas conhecem amigos, ou elas mesmas estão passando por momentos em que ficam mais tempo sem beber, acho que hoje temos mais consciência em relação a isso e informação. Tem também uma questão geracional, pois dizem que as novas gerações terão outra relação com o álcool, vão beber menos. Então, acho que está todo mundo atento. É notável que isso (consumo menor de álcool) acontece”, finaliza.

De acordo com o IWSR Drinks Market Analysis, o consumo de bebidas de nenhum e baixo teor alcóolico deve crescer 34% até 2024.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também