sábado, 28 dezembro 2024

Justiça seja feita

Por Ailton Gonçalves Dias Filho

A violência está presente no mundo desde os primórdios da humanidade. As Escrituras Sagradas registram o primeiro homicídio no quarto capítulo de seu primeiro livro. No sexto capítulo, a maldade do homem havia se multiplicado, “a terra estava corrompida e cheia de violência”. É o que registra o livro das origens, o Gênesis.

Em nosso país assistimos estarrecidos aos números de violência. Quero comentar neste espaço apenas dois acontecimentos na cidade do Rio de Janeiro e veiculados na grande imprensa. O primeiro, um homem é assassinado na entrada de seu condomínio porque, supostamente, foi confundido com um possível assaltante. Foi alvejado por um oficial da marinha. A vítima era negra. O caso está sendo apurado. O segundo, revela o nível de violência em nossa sociedade. O jovem congolês, fugindo da violência em seu país, vai encontrá-la nas praias do Rio de Janeiro.
Covardemente espancado por três homens por, supostamente, ir cobrar um crédito de dias trabalhados em um quiosque. Assassinado covardemente.

As raízes históricas da violência no Brasil remontam ao período da colonização, quando os povos indígenas se tornaram vítimas da exploração e da crueldade daqueles que detinham o poder. Em seguida, negros trazidos da África tornaram-se vítimas da mesma violência praticada pelos donos do poder. Qualquer tentativa de libertação era reprimida violentamente.

O professor Sérgio Adorno, do Departamento de Sociologia e Coordenador do Núcleo de Violência da USP, afirmou que “toda a longa história brasileira do século 19 é uma história de muita violência e derramamento de sangue. Ao contrário do que muitas vezes aparece nos livros de história, nas interpretações oficiais de que o Brasil é um país pacífico, o Brasil, na verdade, é um país violento”. A sociedade brasileira é violenta. Como nossa história, que foi escrita com muita violência.

Como brasileiros, apenas esperamos que a justiça seja feita. Não se constrói uma grande nação com injustiças. O poder Judiciário deve promover a justiça. É o mínimo que se espera. Uma forma de diminuir o enorme prejuízo, já que as vidas não podem ser restituídas aos familiares. Que a justiça seja feita! Que os autores de tamanha violência sejam punidos exemplarmente. Que cenas como as destes casos sejam banidas de nossa história. Haja paz nas nossas ruas. Que nossas relações pessoais sejam pacíficas e produtoras de paz. É isso!

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