terça-feira, 26 novembro 2024

Nomeações e verbas na campanha

Para chegar a um segundo turno inédito ao governo de São Paulo em mais de 15 anos, os candidatos movimentaram a todo vapor as máquinas administrativas de órgãos que funcionam com dinheiro público.

Fora da Prefeitura de São Paulo desde abril, João Doria (PSDB) conta com os prefeitos de quase metade dos municípios do estado que estão em partidos da sua coligação, inclusive da capital.

Já Márcio França (PSB) tem a caneta do governo nas mãos há seis meses e já a usou para nomeações de aliados e distribuições de benesses ao funcionalismo público.

Junto a ele, está o terceiro lugar no primeiro turno, Paulo Skaf (MDB). Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no comando do Sesi, Senai e Sebrae no estado, Skaf teve as estruturas das entidades em seu favor.

Nos meses anteriores à eleição, houve uma dança de cadeiras de secretários na prefeitura e governo de São Paulo que envolvia o PRB e as candidaturas de Doria e França. À época, Bruno Covas (PSDB), que foi vice de Doria e assumiu a gestão com a renúncia, já tinha se tornado prefeito.

Em maio, quando o PRB sinalizava apoio a Doria, o secretário estadual de Esporte Paulo Gustavo Maiurino, filiado à legenda, foi substituído por Cacá Camargo (Pros). Atualmente, o Pros é parte da coligação de França.

Em julho, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que o PRB ganhou o comando da pasta na prefeitura com João Farias, ex-presidente da Câmara de Araraquara (SP), após a legenda se aliar a Doria. Farias assumiu no lugar do tucano Jorge Damião. O PRB é o partido de Celso Russomanno, adversário da chapa de Doria e Covas na eleição de 2016.

“A substituição do secretário de Esportes foi motivada pela saída do então titular. As movimentações na administração pública são atos de rotina. João Farias foi escolhido pela experiência acumulada em diversos cargos públicos”, afirma a prefeitura.

Não é só a pasta de Esportes que foi negociada. Outros aliados que tiveram espaço na coligação de França também ganharam lugar no governo, como o PSC e o Podemos. O Solidariedade, que já comandava o Emprego e Trabalho, também cuida da Casa Civil.

A Educação foi para o ex-tucano João Cury, expulso do PSDB por trabalhar para França. Na campanha, ele ajudou na articulação com prefeitos do interior e promoveu

Além dos cargos, o governador fez promessas de aumentos e distribuição de gratificações. Em um decreto, encurtou o caminho para a transferência de recursos do estado a municípios por meio de convênios, saltando da Casa Civil direto para o Planejamento.

Nomeações de aliados e benesses aos funcionalismo

Em outro, autorizou o estado a transferir aos municípios 20% do valor de projetos orçados em mais de R$ 200 mil, exigindo apenas ordem de serviço, que antecede o início da obra. Com isso, os prefeitos não precisaram mais comprovar o início efetivo da obra para receber o dinheiro.

Até a véspera do limite da lei eleitoral para autorizar contratações e repasses a municípios, em 6 de julho, o pessebista tinha autorizado R$ 439 milhões a 398 prefeituras, mais de 60% das 645 cidades paulistas.

A gestão França argumentou que os decretos agilizaram o atendimento aos municípios e facilitaram o trabalho dos prefeitos.

Já a gestão do PSDB na prefeitura dobrou o gasto com publicidade este ano, focando em programas que são vitrine de João Doria. Na campanha, o ex-prefeito promete levar programas da capital para o resto do estado.

A gestão Bruno Covas diz, nos dois casos, que as publicidades e o pagamento não visavam beneficiar o ex-prefeito.

PROFESSORES
No dia dos professores, celebrado ontem, os candidatos ao governo de São Paulo João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) apresentaram propostas na área da educação, num aceno aos profissionais.

Doria prometeu investir em tecnologia nas escolas, com uso de lousas digitais. O programa tucano simulou uma sala de aula para criticar o adversário.

França destacou que é casado há 30 anos com a professora Lúcia França e se comprometeu a zerar a fila de creches e ampliar cursos técnicos e universidades à distância, além de melhorar o salário do funcionalismo público no estado.
Segundo ele, não houve aumento nos últimos meses em virtude da restrição da legislação eleitoral

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