A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) faz lobby para se aproximar do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O primeiro gesto público foi visto no domingo, no Allianz Parque, quando a cúpula da entidade aproveitou a festa de campeão nacional do Palmeiras para se apresentar oficialmente ao político do PSL.
Pivô de uma série de escândalos de corrupção nos últimos anos, a CBF ainda não havia conseguido estreitar laços com o novo governo.
A confederação perdeu aliados importantes em Brasília na última eleição. Parlamentares próximos à confederação, da chamada bancada da bola, não conseguiram se reeleger. Casos do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e dos deputados Marcus Vicente (PP-ES), vice da CBF, e Sarney Filho (PV-MA), irmão de Fernando Sarney, outro vice da entidade.
Por outro lado, oposicionistas da entidade como Otavio Leite(PSDB-RJ) e Silvio Torres (PSDB-SP), relatores da Lei do Profut e da CPI da CBF/Nike, não conseguiram se eleger.
No domingo (2), os cartolas da CBF chegaram cedo ao estádio do Palmeiras e aguardaram no camarote do clube o encontro com o presidente eleito. Bolsonaro foi cordial com o coronel Antônio Carlos Nunes, atual presidente da CBF, e Rogério Caboclo, que assumirá o cargo em abril de 2019.
Com seus três ex-presidentes envolvidos em denúncias de corrupção -Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero-, a CBF tenta se blindar de uma investigação do novo governo, segundo apurou a reportagem.
A entidade possui histórico de propinas em contratos de TV e da seleção brasileira. Marin está preso nos EUA desde 2015, enquanto Del Nero não sai do Brasil devido a investigações das autoridades americanas contra cartolas da Fifa.
Ontem, Caboclo comemorava o sucesso do encontro com o presidente eleito. Em reunião com os dirigentes de federações, ele fez uma balanço positivo do primeiro contato com Bolsonaro.